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30 de outubro de 2011

Daniel Oliveira: “Nunca me senti revoltado”

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A infância marcada pela toxicodependência dos pais não deixou mágoas. Obstinado, Daniel Oliveira quer sempre mais e melhor. Ao lado de Andreia Rodrigues, o apresentador anseia por construir uma família feliz.

- Quando lhe perguntam "O que dizem os seus olhos?", responde sempre que "o melhor ainda está para vir". É a ambição que o move?

- Sim, e é a certeza de que outro tipo de pensamento não seria saudável. Se achasse que o melhor já passou viveria em angústia permanente.

- Como surgiu a ideia de publicar vinte entrevistas do ‘Alta Definição’?

- A televisão passa muito rápido e há coisas que as pessoas viram de passagem e não retiveram da melhor forma. Assim está escrito. A ideia era que coubessem muitas mais.

- Qual foi a entrevista mais difícil de fazer?

- Há entrevistas difíceis por razões diferentes. A do António Feio foi difícil porque estava a caminhar sobre uma linha muito ténue entre o que é privado – relacionado com a doença – e aquilo que ele queria expor. O que fiz foi deixar--me levar pelas respostas. A do Vítor de Sousa também foi difícil porque ele tinha acabado de expor a sua intimidade [sobre homossexualidade], e o tom das perguntas podia ser ofensivo.

Diz que o segredo das suas entrevistas é nunca se sentir superior ao entrevistado. E inferior, já se sentiu?

- Não. Sinto-me em pé de igualdade. O nosso propósito é o mesmo. Sinto que há um momento de partilha em que eu tento descodificar uma série de detalhes. Sentir-me inferior significaria que eu estaria fascinado ou com receio de alguma coisa. E também não me sinto superior porque há tantas coisas que não sei e que aquelas pessoas que estou a entrevistar sabem que seria errado, do ponto de vista humano, pensar que não tenho mais nada para aprender.

- Há alguém que quisesse muito entrevistar e tenha recusado?

- Que tenha recusado não, mas falta-me entrevistar muitas pessoas, como o presidente do FC Porto. Além disso, queremos abrir o leque dos convidados ao âmbito político.

- Já houve alguma resposta positiva nesse sentido?

- Já. Concretização da mesma é que ainda não, por força das agendas.

- Acha que os políticos se expunham "sem maquilhagem e sem tabus"?

- Acho que é um grande desafio. Tem muito a ver com a forma como os espectadores os vão receber.

- Deixou a carteira profissional de jornalista para poder fugir 2011-10-25121116_961f1e4c-aef8-4f3d-8935-154a61e36164$$2066B98B-1131-4DFF-8A54-59CDCD6190D9$$9BC18B35-EA7D-44A4-B5B3-B724290E0DA6$$img_detalhe_noticia$$pt$$1de polémicas e temas delicados?

- Não foi para fugir a polémicas. Quando fui para a RTP fazer a ‘Operação Triunfo’, não era um trabalho jornalístico: podia tomar partido, dar opinião, fazer publicidade... Não me escuso às minhas responsabilidades e nesse sentido farei as perguntas que tenho de fazer sem nenhum tipo de comprometimento com os entrevistados.

Estaria disposto a combinar as perguntas antes da entrevista?

- Não, nem com políticos nem com ninguém. O programa tem um propósito de verdade.

- Já fez vários exclusivos com jogadores de futebol. Tem muitos amigos nesse meio?

- Tenho, mas também tenho amigos apresentadores e actores. Os programas que faço com jogadores acabam por criar essa imagem de que sou muito próximo deles, mas só sou de alguns.

- Há quem o acuse de bajular os jogadores para conseguir as entrevistas...

- Normalmente, as críticas têm dois patamares: ou as pessoas não gostam do meu entrevistado ou de mim, ou então são oriundas do meio em que trabalho e há a intenção dessa pessoa de fazer o mesmo que eu faço. Aquilo não são programas jornalísticos, são de entretenimento e isso significa ter alguma dose de espectacularidade.

- Cristiano Ronaldo abriu-lhe as portas da sua casa. Como conseguiu?

- Sempre achei que é um propósito benigno para o futebol dar voz e imagem aos artistas. Enquanto espectador, teria curiosidade em saber algumas coisas que são menos conhecidas, como ver se o Ronaldo joga à bola em casa e como é que joga...

- Que relação tem com ele?

- Falamos de vez em quando por mensagens.

Para ver o resto da entrevista, clique em Ler Mais!

Também dizem que é arrogante. Como é que se defende?

- Não tenho de me defender. Se arrogância é obstinação, eu não me importo nada com isso. Às vezes tem a ver com uma cultura de exigência que é absolutamente necessária para fazer estes programas. Quem está perto de mim sabe que não é bem assim.

- É difícil trabalhar consigo?

- Não, se as pessoas tiverem essa exigência para com elas próprias.

- Criou um jornal aos 13 anos. O que é que levou uma criança a interessar-se por jornalismo?

- Era um interesse por comunicar. Dava-me a possibilidade de fazer uma coisa diferente.

- Na altura idolatrava as estrelas de televisão. A fama fascinava-o?

- Não, fascinava-me o mundo da televisão. Não acho que a fama por si só seja alguma coisa de relevante.

- Tornou pública a dependência dos seus pais face à droga. Como é que nunca se desviou e era um aluno exemplar?

- Fui sempre um aluno que cumpria, mas nunca fui exemplar. Acho que todos nós somos fruto das nossas circunstâncias e eu não tenho nenhum termo de comparação com nenhuma outra vida.

- Nunca se sentiu uma criança revoltada?

- Nunca me senti revoltado, sempre fui bem resolvido.

- Que relação tem actualmente com os seus pais?

- Boa, muito boa, muito saudável. Eles são muito novos, têm ambos 47 anos, e somos muito próximos.

- O que recorda de melhor da infância?

- As futeboladas com os amigos na rua, mesmo que estivesse a chover.

- Queria ser jogador de futebol...

- Era o meu sonho, mas acabou por não se concretizar de forma efectiva. Agora jogo futebol de vez em quando para colmatar essa lacuna.

- Mas a paixão continua...

- Sim, sobretudo agora, direccionada para o meu primo [Diogo Salomão], que joga no Corunha. O futebol na infância tem uma importância vital, mas ao crescermos percebemos que há coisas mais importantes.

- Aos 14 anos ganhou o campeonato nacional de xadrez. O que é que esse jogo lhe ensinou?

- É muito norteador na forma como eu vivo a minha vida e sei antecipar problemas. Tenho mais do que um caminho como opção.

- Dois anos depois chegou à redacção da SIC. Alguma vez pensou chegar onde está hoje?

- Não, nunca. Era inimaginável, mas de alguma forma esse pensamento continua a existir, isto é, continuo sempre a achar que isto pode acabar amanhã. Vai haver um dia em que aparecerá alguém para ocupar o meu lugar. Não é que viva em angústia, mas sei que isto pode mudar de um dia para o outro.

- Como começou a trabalhar novo, acha que perdeu uma parte importante da juventude?

- Perdi a adolescência a partir dos 16 anos, mas também vivi intensamente. Só não pude privar tanto com os amigos.

- Está atento ao que escrevem sobre si na internet?

- Sim, sim. É importante estar sintonizado com a realidade, mas procuro relativizar. Não serei tão bom como algumas pessoas dizem, mas também não sou tão mau.

- Sempre foi muito cioso da vida privada. Isso está relacionado com o facto de ter trabalhado numa revista de social?

- Não, tem a ver com o facto de gostar que seja assim. É a preservação de um espaço que é meu, mas sem dramatismo. Sou por natureza muito recatado, mas não ando escondido.

- Disse que quer muito ser pai. É um plano a concretizar brevemente?

- É um desejo que tenho e acho que me sinto preparado, mas agora com uma maior estabilidade profissional para concretizar esse objectivo. Não tenho ânsias desmedidas. Quando tiver de ser, será.

- Também revelou que quer ensinar o seu filho a viver intensamente. Como?

- Quantas vezes acontece, com a maior parte de nós, acharmos que devíamos ter vivido melhor um momento?! Procurarei dar-lhe asas para que saiba viver bem todos as fases e dar-lhe um mundo interior que seja rico do ponto de vista dos afectos, e cultural também.

- A Andreia é a mãe ideal?

- Ainda não fui pai, por isso só posso responder a essa pergunta depois disso.

- A Andreia diz que não tem palavras para o descrever, que é tudo de bom. Consegue ter adjectivos para ela?

- Reproduzo tudo o que ela disse, não tenho palavras para descrever a mulher que ela é.

- Como "o melhor ainda está para vir", o que se segue ao ‘Alta Definição’?

- ‘Alta Definição’. É assim que eu vivo. Não digo, como a maior parte dos meus colegas, que o meu sonho é ter um talk show. Não estou no programa de forma transitória, isto é, não o sinto como: ‘estou a fazer isto, mas o meu sonho é fazer aquilo’.

INTIMIDADES

- Quem gostaria de convidar para um jantar a dois?

- A Andreia.

- Quem é, para si, a mulher mais sexy do Mundo?

- A minha mulher.

- O que não suporta no sexo oposto?

- Muito poucas coisas me irritam realmente nas mulheres...

- Qual é o seu maior vício?

- Mandar mensagens de telemóvel.

- Qual foi o último livro que leu?

- A ‘Relíquia’, de Eça de Queiroz.

- O filme da sua vida?

- Gostei muito do ‘Crash - Colisão’.

- Cidade preferida?

- Sou completamente fascinado por tudo o que o Rio de Janeiro tem para oferecer.

- Um desejo?

- Ser pai.

- Complete. A minha vida é...

- Pouco dormida.

PERFIL

Daniel Oliveira tem 30 anos e é produtor e apresentador do programa ‘Alta Definição’, da SIC, cargos que concilia com a coordenação do ‘Fama Show’. Foi um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias e o autor do ‘Só Visto’, da RTP 1. Lançou este mês o livro ‘O que Dizem os Teus Olhos’. Namora com a repórter da SIC Andreia Rodrigues.

R. Vidas

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