Atriz faz balanço positivo de ‘Ídolos’, que, diz, deve agora ‘respirar’. Apesar de feliz na SIC, não põe de parte outros convites.
A duas galas do fim, que balanço faz da actual edição do ‘Ídolos’? Extremamente positivo. Este é o meu terceiro contacto com a apresentação e o objectivo era, de edição para edição, sentir-me mais confortável e sentir que dominava a comunicação com o público e com os concorrentes, com o João (Manzarra) e com a mesa de jurados. Acho que isso foi alcançado. Senti que evoluí e que me sinto cada vez mais confortável no papel de apresentadora.
Sente que nesta edição já estava a 100 por cento? Acho que podemos sempre crescer e evoluir mas nesta edição já me senti apresentadora e com à-vontade para lidar com todos os imprevistos que surgem num direto.
E a química com o João Manzarra... Continua a funcionar muito bem. Damo-nos muito bem e isso passa para quem está lá em casa. É muito bom sentir que se, por algum motivo, não estou a cem por cento, o João está lá para me apoiar e, da mesma forma, sinto que sou uma boa colega para ele.
Mantêm contacto fora do programa? Sim. Somos amigos.
Apesar do balanço positivo, nesta edição tiveram uma concorrência muito forte (‘A Tua Cara Não Me É Estranha’, TVI). Estavam preparados para isso? Quando fomos para o ar o programa do canal concorrente já tinha números altíssimos. Mas isso é tudo relativo, noutras edições invertemos os números. É sempre bom sermos os vencedores. Nesta edição isso não chegou a acontecer mas tivemos sempre a sensação que fizemos um bom trabalho. Gosto de trabalhar para o maior número de pessoas possível mas, acima de tudo, quem nós vê tem de receber um bom produto, e o ‘Ídolos’ é o melhor programa.
Quais são os pontos fortes e fracos do ‘Ídolos’ e de ‘A Tua Cara Não Me É Estranha’? Consigo fazer essa avaliação mas prefiro não expor.
Mas ao longo do processo fizeram essa avaliação… Temos a noção perfeita.
Muitas pessoas criticaram esta edição por ter, no geral, concorrentes mais fracos. Partilha desta opinião? Eles são mais novos mas também têm mais ferramentas ao seu dispor e sabem exatamente qual é a atitude certa. Sinto é que eles são mais parecidos uns com os outros. Não existe um que se saliente como existiu nas edições anteriores. Dos finalistas que estão em cima da mesa não sinto que haja um eleito.
Isso é bom para o programa? Não sei. É sempre interessante quando não sabemos o que vai acontecer, um programa de televisão vive disso, mas por outro lado as pessoas quando se apaixonam por um concorrente na fase de castings têm muita vontade de o ver nas diversas etapas.
Têm surgido também algumas críticas à prestação do João Manzarra na apresentação. Que comentário lhe merecem? Não li mas soube que isso aconteceu. Não senti o João diferente, senti-o dedicado e empenhado como sempre foi.
Mas as críticas que lhe têm sido feitas apontam para o facto de ele não conseguir descolar de um boneco… Não posso mencionar nada sobre isso.
Todos os factores de que falámos anteriormente não fizeram com que o ‘Ídolos’ tenha perdido força enquanto produto televisivo? Acho que o ‘Ídolos’ tem de respirar um bocadinho. Faz falta o programa estar três ou quatro anos fora do ar e só depois voltar. O formato é fortíssimo, funciona a nível internacional tem é de se deixar crescer mais gente para aparecerem novos talentos.
Considera portanto que o ‘Ídolos’ só deveria voltar daqui a uns anos. Gostava de continuar a ser a apresentadora? Duvido muito.
Depois desta edição o ‘Ídolos’ é um capítulo encerrado? Não sei se é um capítulo encerrado, mas acho que faz sentido, fazendo um intervalo de anos, mudar de dupla de apresentadores. Até porque o ‘Ídolos’ é um programa jovem e faz sentido que os apresentadores tenham uma idade próxima da dos concorrentes.
Gostava de apresentar outros formatos? Ainda não me debrucei muito nisso. Quando o ‘Ídolos’ surgiu não tinha como objectivo ser apresentadora, foi uma nova experiência que decidi agarrar e evoluir dentro dela. Mas sempre me vi como a apresentadora do ‘Ídolos’ e ainda não tive muita oportunidade para experimentar outras coisas. Não quero, de forma alguma, fechar esta porta. Quero, enquanto apresentadora, ter outros desafios. Mas, concretamente o quê, ainda não sei…
E isso passará pela apresentação a solo? Claro que sim, esse também é um dos meus desejos. Acho que é sempre mais interessante apresentar com outra pessoa, mas tenho de estar apta para o que o canal tiver para me sugerir.
Vê-se a ser só apresentadora? Não, não, não… nunca. Vejo-me continuar a ser atriz, que é o que sinto que sou. É onde me sinto mais confortável, onde tenho mais ferramentas. E não consigo estar muito tempo sem representar.
E sente essa necessidade na apresentação? Ainda não, mas tem sido tudo muito repentino.
O seu último projeto na representação foi a novela ‘Rosa Fogo’. Que balanço faz? Adorei fazer a Maria Mayer. Foi provavelmente a personagem em que senti que mais cresci enquanto atriz e a que mais gostei de fazer. Embora fosse uma protagonista, que são sempre mais do mesmo, está foi diferente: teve a característica de dançar e as cenas de sofrimento eram muito intensas. Tive de sair muitas vezes da zona de conforto, apesar de não ter tempo para me preparar porque estava sempre a gravar. Foi intensa e violenta até. Mas uma violência que me deu muito gozo por ter de superar provas constantes.
Mas foi também um projeto atribulado… Foi... as pessoas viram-no sempre como um projeto atribulado. Houve muitos comentários à volta da ‘Rosa Fogo’, mais do que eram necessários.
Surgiram muitas críticas ao guião… Bastantes. É difícil alimentar um projeto cheio de ritmo e acontecimentos. Mas acho que a SP Televisão cuidou da ‘Rosa Fogo’ da mesma forma que cuidou dos ‘Laços de Sangue’ e está a cuidar do ‘Dancin’ Days’: com o pensamento de fazer a melhor novela de sempre.
A ‘Rosa Fogo’ tem alguma hipótese nos Emmys? Tem todas as hipóteses. Estou confiante.
Estava a falar da previsibilidade das protagonistas. Gostava de fazer uma vilão num próximo projeto? Por exemplo. Uma vilã ou uma personagem cómica. Um desafio diferente, algo que me fizesse sair das minhas características e me diferencia-se da personagem.
Sente-se à vontade na comédia? Estranhamente sim. As personagens cómicas são as mais difíceis mas também são as mais divertidas de fazer. Não é fácil ter piada sempre e essas personagens dependem muito da escrita. Por isso, são as mais difíceis de defender.
Disse uma vez que “o pior na novela é o exagero das horas de trabalho e o exagero de tempo do projeto”. Continua a ter a mesma opinião? O exagero das horas de trabalho acho que é altamente injusto e violento para os atores. O tempo que precisamos para trabalhar em casa é quase esquecido. Estamos 12 horas a trabalhar e, depois, se queremos ter vida para além da profissão, o trabalho de casa fica esquecido. Mas é assim que se trabalha em televisão e isso dá uma bagagem gigante. O que não deixa de ser ingrato.
Quando está em casa, a ver uma cena que gravou, sente que poderia ter feito diferente? Completamente. Às vezes sou surpreendida pela negativa outras pela positiva.
A SIC, canal com o qual tem um contrato de exclusividade, tem uma parceria com a Globo. Ambiciona fazer uma novela no Brasil? São poucos os sortudos e felizardos que têm tido essa possibilidade. Agora, se gostava de ter essa experiência? Gostava. Bastante. Em Portugal estamos a evoluir imenso mas, a verdade é que, no Brasil eles são maravilhosos a fazer televisão, a contar histórias. Os atores arriscam tudo e têm sempre muita verdade. Gostava de ter formação no Brasil e fazer lá um projeto.
Ainda não houve oportunidade? Ainda não parei.
Mas já teve alguma abordagem? Sim, inclusive já fiz um casting na Globo. Tudo é possível mas somos sempre milhentos a tentar a nossa sorte.
O seu objectivo passa, portanto, pela internacionalização da carreira? Não é que seja um objectivo, mas acho que isso me ajudaria a crescer. Mas o meu maior objectivo é ter desafios que sejam diferentes uns dos outros.
Os ‘Morangos com Açúcar’ foi o melhor projeto para se iniciar como atriz? Sem dúvida. Se tivesse começado num outro projeto de televisão e tivesse feito os disparates que fiz nessa série já estava arrumada. Ali tudo era permitido porque éramos muitos a errar e era permitido aprender.
Sente que fez muitas asneiras nessa altura? Se sinto. Quando vejo pergunto como é que era possível… Sou muito crítica em relação a mim. Olho para coisas dessa altura e interrogo-me como é que é possível ter feito as coisas daquela maneira, ter ido para o ar e ter feito o sucesso que fez.
Se fosse hoje uma diretora de casting contrataria a Cláudia Vieira de há dez anos atrás? Contratava (risos). Pela entrega dela, pela dedicação, pelo quanto quis aprender.
Em 2008 saiu da TVI para a SIC. O que foi determinante para essa mudança? A vontade de crescer, porque sempre que existe uma mudança na nossa vida damos um passo. O convite surgiu numa altura em que fazia todo o sentido mudar. A TVI tinha muitos atores exclusivos, a SIC não, e pensei que isso seria uma oportunidade para me entregarem desafios fortes que me permitissem crescer.
Sente que fez a melhor escolha? Sim. Se estou arrependida? Nada.
Está fora de hipótese regressar à TVI? Está fora de hipótese ficar acomodada. Agora, os convites que surgirem vão ser sempre analisados. Às vezes é interessante arriscar. Mas, neste momento, estou muito confortável. E sinto que ainda vão haver desafios bastante interessantes onde estou.
Quando acaba o seu contrato de exclusividade com a SIC? Em 2014.
Perspectiva uma renovação nessa altura? Nessa altura direi. Agora não sei.
Sente-se bem paga? Sinto. Justamente (risos).
E reconhecida? Também, felizmente. Principalmente pelo público.
Tem sido complicado conciliar a carreira profissional com o papel de mãe? Agora não, mas no inicio foi complicado. Não senti nunca que estava em falha mas senti que não estava com a Maria o tempo que desejava.
O que é mais difícil na tarefa de ser mãe? Educar. Saber o castigar quando nos apetece mimar, principalmente quando se tem filhos com personalidades muito fortes, como é o caso da Maria. Quero muito que ela valorize o dia-a-dia, a família, as vivências.
Pensa ter mais filhos? Óbvio. Quero ter mais dois, pelo menos. E não gostava que o intervalo entre os meus filhos fosse muito longo.
PERFIL
Nasceu em Loures em 1979 (33 anos). Começou a carreira como modelo mas foi em ‘Morangos com Açúcar’ (TVI) que ganhou visibilidade. Em 2008, mudou-se para a SIC, tendo sido protagonista de ‘Rosa Fogo’ e apresentadora de ‘Ídolos’. Ao lado de Pedro Teixeira, é mãe de uma menina.
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