Esta poderia ser a história de uma empresa de sucesso. Um negócio profundamente familiar, na área da saúde, com 60 anos de vida, que começou, de repente, a atingir patamares de rentabilidade elevados.
Uma Grande Reportagem para ver no Jornal da Noite da SIC, na próxima quinta-feira. Não perca!
A SANFIL, casa de saúde de Santa Filomena, é a empresa mãe; a que fez crescer o negócio. Cinco famílias detêm a totalidade do capital social da holding SI VALES, âncora de um grupo que não pára de fazer aquisições. São cinco famílias tradicionais de Coimbra, quatro delas com ligações diretas e reconhecidas à área da saúde.
O negócio cresceu amparado pelo sistema público que gere as listas de espera para cirurgia, o SIGIC. Quando os hospitais públicos ultrapassam o prazo para operar um doente, o processo clínico desse doente é transferido para os operadores privados integrados no SIGIC. O sistema de gestão foi criado em 2007 e, desde então, a SANFIL tem sido a entidade privada que mais fatura, a nível nacional, com as listas de espera. A Grande Reportagem revela-lhe algumas ligações que poderão explicar estes números. A SANFIL é uma pequena unidade de saúde, localizada em Coimbra, com um internamento de 40 camas e apenas três blocos operatórios. Atingir a liderança, nestas condições, requer grande exercício matemático.
A liderança da SANFIL é assegurada pela terceira geração de uma das famílias fundadoras. No topo está Henrique Amaral Dias, filho do psiquiatra Carlos Amaral Dias, irmão da antiga deputada do Bloco de Esquerda, Joana Amaral Dias. Henrique Amaral Dias elevou o grupo de saúde ao quarto lugar dos grupos privados de saúde em Portugal.
Na base desse sucesso está a faturação do SIGIC mas, igualmente, o eventual conjunto de práticas alegadamente ilegais que a gestão de Henrique Amaral Dias estará a desenvolver.
Em janeiro de 2013, quando tomou posse do Centro Hospitalar de S. Francisco (CHSF), unidade de saúde que integrava o universo BPN, a administração liderada por Amaral Dias despediu duas dezenas de quadros estratégicos, alterou contratos com médicos, suspendeu duas dezenas de enfermeiros do bloco operatório. Dezena e meia de funcionários e ex-funcionários do CHSF asseguram à SIC que esses afastamentos respondem ao propósito de ganhar dinheiro de forma fácil, usando e abusando de práticas ilegais. Henrique Amaral Dias, em entrevista à SIC, desmente todas as acusações. O gestor assume que algumas dessas práticas ocorreram, de facto, mas garante que as mesmas não estão enraizadas no ADN da empresa.
Ex-funcionários e atuais funcionários, alguns com identidade protegida, dão voz ao lado que garantem ser obscuro de um grupo de saúde que, de facto, cresceu a contrarrelógio.
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