Debate conduzido por Clara de Sousa, no ‘Jornal da Noite’ Este caso lança dois tipos de dúvidas: uma clínica e outra legal. A clínica: será a quimioterapia a única terapêutica com resultados efetivos no combate ao cancro? Não seria mais eficaz poder associá-la a outros tratamentos, ainda em fase experimental, como a utilização de células do sistema imunitário? Até que ponto é que a atribuição do prémio Nóbel da medicina 2011 não vem abrir uma janela de oportunidade a essa associação, tornando esse tipo de terapias, ainda não convencionadas, ao alcance dos cidadãos? Cada doente tratado com quimioterapia custa em média aos Estados 50 mil euros – não estará o tratamento do cancro muito refém da indústria farmacêutica? A questão legal: um adulto pode recusar qualquer tipo de tratamento, mas uma criança (os pais dela) não. Este caso levanta a dúvida relativa ao direito à escolha: pode o IPO sobrepor-se aos pais quando os pais dizem que vão à procura de uma solução cientifica, mesmo que não convencionada, em substituição da quimioterapia? Pode a justiça fazer copy paste dos argumentos científicos do IPO (que se prova não serem inteiramente verdadeiros) e, sem ouvir os argumentos dos pais, tomar a decisão de os obrigar a levar a filha ao tratamento de quimioterapia; e se o não fizerem correrem o risco de perder a guarda da menina? Afinal nunca esteve em causa uma situação de emergência (caso de morte iminente), ainda que a juíza, influenciada pelos argumentos do IPO, tenha atuado exclusivamente nesse sentido? São estas as grandes questões a que este debate, conduzido por Clara de Sousa, tentará dar resposta. Não perca!
Convidados:
- Nuno Miranda – Diretor Clínico do IPO;
- Miguel Oliveira e Silva – Médico – Presidente da Comissão Nacional de Ética para as Ciências da Vida;
- Rita Fonseca Marques – Jurista, Mestre em Saúde Pública e Professora Universitária.
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