Ontem sexta-feira, dia 15 de Março, em que o programa ‘Querida Júlia’ completou dois anos de emissões, a apresentadora fala abertamente sobre o salário que aufere na SIC e diz que já sofreu dois cortes desde que está em Carnaxide. Acrescenta ainda que não há qualquer guerra na estação por ainda não liderar as manhãs...
Júlia Pinheiro já não contém a revolta sobre o alegado salário que aufere na SIC. À NTV, a apresentadora de Querida Júlia e diretora de Conteúdos desmente categoricamente que leve mensalmente para casa um ordenado tão chorudo. "Os valores que foram falados na imprensa não correspondem à verdade", começa por dizer. E acrescenta num tom de indignação: "Faço questão de esclarecer de uma vez por todas que nunca ganhei 50 mil euros. Isso é mentira! É delirante!"
Para que não restem dúvidas, Júlia Pinheiro explica: "O meu salário inclui uma parcela por apresentar e outra por ser quadro da SIC. Como qualquer outro funcionário da empresa, fui objeto de cortes no salário pelo segundo ano consecutivo. O primeiro dos quais feito pela Impresa [dona da SIC] e o segundo imposto pelo governo". Em relação ao que aufere por apresentar de segunda a sexta-feira oQuerida Júlia, a profissional esclarece: "Não ganho acima dos meus colegas que estão na praça. Se calhar até ganho menos, porque desde que saí da TVI podem já ter sido aumentados."
A comunicadora quer tudo em pratos limpos no que ao seu salário diz respeito. "Ver na imprensa que ganho 50 mil euros começa a incomodar-me. Não corresponde à verdade e nesta época de crise falar em dinheiro é muito delicado." Justifica ainda que o seu trabalho em Carnaxide não se rume às manhãs no pequeno ecrã. "Eu trabalho muito, umas 12 horas por dia. Começo às 07.30 e vou até às 20.00. Às vezes ainda trabalho ao fim de semana porque, além de apresentadora e diretora de Conteúdos, soupublisher da Activa [revista do grupo Impresa]", conta Júlia Pinheiro, e dispara: "Sou uma profissional séria e não mereço isso."
"Avanços de caracol"
Há dois anos no ar, Querida Júlia está no segundo lugar e não ameaça a liderança de Você na TV, TVI. "Estou longe de conseguir os resultados que quero e estamos a fazer avanços de caracol", reconhece Júlia Pinheiro, acrescentando que isso a deixa "assanhada" para chegar ao primeiro lugar. "Se no passado já era difícil fazer subidas vertiginosas, agora todas as tentativas de arranjar espaço são mais difíceis. Não estou a disputar o público com a TVI e a RTP1, mas com mais de 200 canais do cabo", argumenta.
Além de estar longe do topo das audiências, Querida Júlia terá a partir de segunda-feira de se bater com a Praça da Alegria, da RTP1, que passa a ser apresentada pela dupla João Baião/Tânia Ribas de Oliveira. "Não sei como vão ser as audiências, mas sei que a dupla irá funcionar bem. Vou guardar o meu segundo lugar com teimosia."
A apresentadora garante que não irá entregar as manhãs da SIC a outro profissional da casa mesmo que volte a apresentar um grande formato ao fim de semana, o que poderá vir a acontecer em breve. "Apetece-me muito ir para a noite e temos algumas ideias. Quando isso acontecer, irei conciliar com as manhãs." E mais não diz sobre o possível regresso ao prime-time de sábado ou domingo. "A SIC tem muitas coisas na manga e o verão vai ser fantástico", promete.
Em dia de aniversário de Querida Júlia, que tem hoje uma emissão especial, Júlia Pinheiro confidencia que "o balanço é positivo" e desvaloriza qualquer tipo de pressão por parte da estação de Carnaxide por não estar a liderar as manhãs. "Isso nunca aconteceu. Estou em paz na SIC. A má-língua é que é muita. Somos a estação mais calma do mercado, porque a RTP pensa para onde é que vai, a TVI onde é que está, enquanto nós sabemos onde estamos e para onde vamos", remata.
Luís Marques: "A Júlia não está em risco"
Luís Marques, administrador editorial do grupo Impresa, tal como Júlia Pinheiro faz também um balanço "positivo" dos dois anos de Querida Júlia. O responsável justifica a sua opinião "com os valores estáveis" que o programa da manhã tem vindo a conseguir. Por isso, Marques defende que, para já, "cumpre o seu papel". A tática traçada na altura da estreia mantém-se inalterável: "Vamos trabalhar muito e ser persistentes até chegarmos a líderes", sustenta o responsável.
Mas quantos anos mais serão necessários para Querida Júlia empurrar o Você na TV do primeiro lugar? "Não posso prever", atira o administrador editorial e acrescenta: "Vamos ter que esperar. Leva tempo porque não é fácil um programa impor-se quando a concorrência é muito forte. Vamos continuar a fazer um trabalho persistente e a lutar pela liderança". E sem mudança de rosto. "A Júlia não está em risco e vai continuar nas manhãs da SIC", garante Marques, que reforça: "Este formato leva tempo, começou do zero e do outro lado, na TVI, está forte". Em cima da mesa, o responsável da SIC, tem algumas mudanças para fazer no Querida Júlia. "Pretendemos renovar o formato, mas por enquanto não posso revelar detalhes", conclui.
NTV
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