A produção do talent show quis ter cantores experientes na fase de apuramento e convidou antigos concorrentes de programas da RTP e SIC para tentarem a sua sorte. Finalistas da OT 2010 recusaram. O espectador mais atento do concurso de talentos musicais da RTP1 já terá notado a presença de caras conhecidas nas chamadas provas cegas. Não foram só aspirantes a cantores tirados do anonimato por inscrição ou seleccionados no YouTube, mas também profissionais do mundo da música que se submeteram ao escrutínio de Rui Reininho, Mia Rose, Paulo Gonzo, Sérgio e Nélson Rosado. Ricardo Oliveira [segundo classificado da primeira edição de Ídolos], Deborah Gonçalves [primeira edição de Ídolos] e Ana Rita Inácio [que participou nos programas da SIC Chuva de Estrelas e Ídolos] são três exemplos de cantores experimentados que foram convidados para participar nos castings de A Voz de Portugal (VP). Piet-Hein Bakker, responsável da CBV, produtora da VP, explica as razões dos convites feitos em paralelo às habituais inscrições. "Queremos dar oportunidade a essas pessoas de darem seguimento às suas carreiras. Além disso, o nosso programa tem de ter uma fasquia de qualidade superior à dos outros", afirma o produtor, rejeitando a ideia de que estes convites tenham prejudicado estreantes no mundo dos talent shows. "A única coisa que fizemos foi convidar essas pessoas a fazer um casting, tal como fizemos com anónimos através de vídeos que vimos no YouTube. Interessou--nos ter o melhor leque possível de concorrentes", explica Piet-Hein. O produtor adianta que VP teve "cerca de sete mil inscrições" e "algumas centenas" de convites enviados pela CBV. "Curiosamente, dos que passaram à próxima fase, há uma pequena percentagem que já era conhecida. A maioria é estreante." Catarina Furtado, apresentadora de VT, que já se cruzou com repetentes dos talent shows em Chuva de Estrelas e OperaçãoTriunfo, tem "dois olhares" sobre esta "persistência". "O nosso mercado é pequeno e sendo pequeno para umas áreas é também para a área artística, muito devido aos custos e investimentos que são necessários para lançar uma carreira. Por outro lado, é fantástico e fico contagiada, bem como toda a equipa, com a persistência destas pessoas. A maior parte tem outras profissões, mas tem aquele dom", explica a apresentadora da RTP. Ajudar cantores semiprofissionais que, como é o caso de Deborah Gonçalves, já têm experiência de palco [a cantora já actuou lado a lado com Sérgio e Nélson Rosado] a "passar ao patamar seguinte" foi também uma das razões que levaram a CBV a convidar, telefonicamente ou por sms, os ex-concorrentes de talent shows. "Interessa-nos ter mais qualidade do que quantidade. Muitas destas pessoas vêem na VP uma última oportunidade", explica o produtor. Quanto à reacção dos espectadores, Piet-Hein não acha que a presença destas "caras conhecidas" cause estranheza. "O nosso formato é muito diferente. O facto de os mentores não verem a cara dos concorrentes faz que esse factor não tenha peso. Não são excluídos por serem conhecidos", garante o responsável da CBV.
NTV
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