Quando a miséria tomou conta de um “Portugal amordaçado”, como Mário Soares lhe chamou, a França foi “pátria-refúgio” de milhares de portugueses.Quarenta anos depois, com o país mergulhado numa crise económica sem precedentes, milhares de homens e de mulheres voltam a encarar a quinta maior economia do mundo como uma tábua de salvação. Vítor Rosa tem 41 anos, dois filhos e uma licenciatura em sociologia. Durante 10 anos, foi quadro técnico da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo. Em 2008 foi “dispensado por decreto”, como faz questão de frisar e, desde então, nunca mais conseguiu um emprego estável. Em janeiro rumou à capital francesa. Pouco tempo depois ficou sem dinheiro e teve de recorrer à Santa Casa da Misericórdia de Paris e ao “Resto du Coeur”, uma espécie de “sopa dos pobres” dos franceses. Conseguiu, entretanto, um emprego, e já não pensa voltar a Portugal. Diz que se “divorciou do país no dia em que entrou no avião para a capital francesa”.Sandra Raimundo é uma reincidente. Após vários anos de trabalho em França, convenceu o marido a regressar às origens, na região de Alcobaça. Achou que era chegado o momento de refazer avida junto da mãe e dos irmãos, mas rapidamente se apercebeu que, afinal, o país não lhe oferecia condições mínimas de subsistência. Regressou a França, a Poissy, com uma certeza na bagagem: “Se tiver de passar fome prefiro passar fome no meu país, mas aqui só passa fome quem quer”. Miguel Brito tem 43 anos e é empreiteiro nos arredores de Paris. Emprega cerca de 40 portugueses, mas todos os dias lhe batem à porta a pedir trabalho. “Difícil, mesmo, é arranjar alojamento”, explica o empresário da região de Braga que improvisou uns quartos, nas traseiras do escritório da empresa, para abrigar, temporariamente, quatro dos seus empregados. A verdade é que dois deles já ali moram há dois anos e meio. “Não lhes cobro um tostão” – diz Miguel Pires. “Só não quero que passem o que outros passaram, há muitos anos, quando vieram para França”. Estes são três exemplos da nova vaga de emigrantes portugueses que, com o apoio da comunidade luso-descendente em França, tentam dar um novo rumo à vida. DE VOLTA A FRANÇA, este domingo, na Grande Reportagem SIC, a seguir ao jornal da noite. Não perca!
Sandra Raimundo é uma reincidente. Após vários anos de trabalho em França, convenceu o marido a regressar às origens, na região de Alcobaça. Achou que era chegado o momento de refazer avida junto da mãe e dos irmãos, mas rapidamente se apercebeu que, afinal, o país não lhe oferecia condições mínimas de subsistência. Regressou a França, a Poissy, com uma certeza na bagagem: “Se tiver de passar fome prefiro passar fome no meu país, mas aqui só passa fome quem quer”. Miguel Brito tem 43 anos e é empreiteiro nos arredores de Paris. Emprega cerca de 40 portugueses, mas todos os dias lhe batem à porta a pedir trabalho. “Difícil, mesmo, é arranjar alojamento”, explica o empresário da região de Braga que improvisou uns quartos, nas traseiras do escritório da empresa, para abrigar, temporariamente, quatro dos seus empregados. A verdade é que dois deles já ali moram há dois anos e meio. “Não lhes cobro um tostão” – diz Miguel Pires. “Só não quero que passem o que outros passaram, há muitos anos, quando vieram para França”. Estes são três exemplos da nova vaga de emigrantes portugueses que, com o apoio da comunidade luso-descendente em França, tentam dar um novo rumo à vida. DE VOLTA A FRANÇA, este domingo, na Grande Reportagem SIC, a seguir ao jornal da noite. Não perca!
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