A pivô da SIC Maria João Ruela e o jornalista do Expresso Bernardo Mendonça encontraram 28 portugueses dispostos a falar de sexo com naturalidade e sem tabus. Série de reportagens estreia-se na SIC e é publicada no semanário no Dia dos Namorados.
"Desafiámos as pessoas que entrevistámos a serem sinceras e a falarem despudoradamente, porque o sexo faz parte da nossa vida, tal como comer ou sair com os amigos." As palavras são de Maria João Ruela, pivô e coordenadora do Jornal da Noite dos sábados da SIC e que é coautora da série de reportagens 'Vamos Falar de Sexo', com estreia marcada precisamente para o dia 14 de fevereiro, Dia dos Namorados. O trabalho foi dividido com o jornalista Bernardo Mendonça, do semanário Expresso, e será também publicado na revista E.
Ao longo de sete semanas, o comportamento sexual dos portugueses vai ser analisado à lupa e sob vários prismas. Desempenho, Satisfação, Adolescentes, Fidelidade, Mitos, Medos e Tabus, Redes Sociais e Fantasias serão os temas abordados por Maria João Ruela e Bernardo Mendonça. Cada episódio tem uma duração de cerca de 15 minutos e é exibido todos os sábados a seguir ao Jornal da Noite e publicado no mesmo dia no semanário do mesmo grupo.
"O sexo, porque é um tema sobre o qual eu tenho pensado e que é universal, importa a todos. Apesar dos progressos que a sociedade tem tido ainda existem muitos tabus, pelo que é importante desbloquear, falar mais, com inteligência e reflexão. Às vezes, fala-se, mas de forma superficial ou com uma linguagem muito técnica", salienta o jornalista do Expresso, que desafiou Maria João Ruela a embarcar nesta aventura. "Achei que era uma proposta interessante porque o sexo faz parte da vida de todos nós. As pessoas confiaram no nosso projeto e o resultado foi muito positivo", frisa a pivô da estação de Carnaxide.
As reportagens começaram a ser feitas em outubro do ano passado e incluem o testemunho de 28 portugueses, homens e mulheres de diferentes idades, profissões, perfis e orientações sexuais, que aceitaram dar a cara e falar sobre as experiências. "Foram meses com conversas de café, a determinada altura já parecia que tínhamos um escritório num determinado café em Lisboa [risos]. Foi surpreendente. Por vezes estavam ali a contar-nos coisas que nem ao parceiro tinham contado, ou que a mais ninguém tinham contado, refletiam questões da sua sexualidade e chegavam a determinadas conclusões connosco. Para as próprias pessoas foi um momento especial", conta Bernardo Mendonça à revista das Notícias TV.
Nessas mesmas conversas de café, Maria João Ruela admite que por vezes tanto ela como o colega do Expresso faziam "um papel de psicólogo ou de psicanalista porque as pessoas tinham uma abertura muito grande para falar das suas vidas". Numa fase inicial, as conversas foram feitas em off e com as câmaras desligadas. Só depois de perceberem que o testemunho da pessoa em causa se encaixava na reportagem é que passaram à fase seguinte: gravar. "Curiosamente a grande maioria aceitou. Alguns recusaram por razões profissionais ou de outra natureza. Os restantes disseram que sim e a câmara não os assustou", revela Maria João Ruela, admitindo em seguida que este é um tema em que "também é fácil mentir", mas a pivô está convicta de que "isso não aconteceu". Para este trabalho, a dupla de jornalistas contou com o repórter de imagem Hugo Neves, com o editor Ricardo Sant"Ana, com o grafismo de Paulo Alves e ainda com o fotógrafo o João Lemos. Vamos Falar de Sexo foi feito com duas câmaras HD para obter diferentes pontos de vista e conferir uma maior proximidade visual.
Ainda que tenham conseguido chegar a 28 pessoas que aceitaram falar sobre sexo sem esconder a cara, os jornalistas admitem que se depararam com alguns obstáculos na realização desta série de reportagens. "Passámos dias seguidos a tentar encontrar uma pessoa ou outra para fechar determinado episódio. No que fala sobre "Mitos, Medos e Tabus" tivemos de pedir ajuda a pessoas que trabalham na área para chegarmos ao contacto das pessoas que queríamos entrevistar e aí foi difícil desbloquear esses contactos. Mas o não já faz parte da nossa profissão, foi continuar a insistir." Para este trabalho, Maria João Ruela e Bernardo Mendonça também contaram com o testemunho de sete especialistas: o psiquiatra Francisco Allen Gomes, a sexóloga Marta Crawford, o diretor do Sexlab Pedro Nobre, a sexóloga Gabriela Moita, a psicóloga Patrícia Pascoal e a sexóloga Ana Carvalheira. O critério de escolha, refere a coordenadora do Jornal da Noite de sábado, prendeu-se com o facto de estes profissionais terem algum "à-vontade a falar perante as câmaras", uma vez que "desmontar este tipo de discurso para pessoas que não tenham alguma familiaridade com o discurso televisivo é mais complicado".
Há 20 anos, um colega de redação de Maria João Ruela tinha sugerido fazer um trabalho semelhante, algo que na altura não chegou a sair da gaveta. "Ele disse que tinha uma ideia genial de um programa que era colocar pessoas normais, sentadas no sofá, a falarem de sexo. Eu respondi que era impossível em Portugal porque ainda vivíamos numa sociedade muito fechada. Não foi em 1995, mas foi em 2015 que conseguimos fazer isso, ter pessoas sentadas no sofá das suas salas a falarem de sexo com toda a naturalidade como se estivessem a falar do que jantaram ou de uma aventura numa viagem. Acho que toda a gente que vir essas peças vai reconhecer-se numa daquelas pessoas", sublinha a pivô.
Segundo a revista desta semana, Notícias TV.
Saiba mais, sobre a série de reportagens do programa de informação, 'Vamos Falar de Sexo', clique AQUI, na página Web do site SIC Gold!
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