Singela empregada de uma loja durante o dia, sensual à noite, num clube de striptease. Eis o duplo desafio da atriz, na SIC.
Fale-nos da Cátia, de ‘Dancin’ Days’, que trabalha numa loja de doces e à noite é stripper? Ao contrário do que muita gente pensa, a personagem é muita rica e facetada. É uma mulher humilde, que à noite se enche de sensualidade.
O que leva a Cátia a ter duas vidas tão distintas? O objectivo da Cátia é ser famosa, aparecer nas páginas das revistas. Talvez por isso, ela seja stripper, porque sobe a um palco, expõe-se, é vista por muita gente e, à maneira dela, brilha no varão.
Como foi a preparação para stripper? Tive aulas com uma bailarina profissional de striptease durante dois meses, porque precisava de aprender os movimentos, ter à-vontade e saber tirar uma peça de roupa. É muito difícil dançar no varão, porque é preciso muita força a nível de braços e de abdominal. No ginásio onde ando, pedi para me ajudarem e fizeram-me um treino específico, porque tenho uma lesão na coluna e tinha de me proteger durante os ensaios e as gravações.
Foi complicado tirar a roupa em frente às câmaras? A primeira cena foi difícil. Com os nervos não conseguia equilibrar-me no varão. O realizador e o diretor de atores falaram comigo, acalmaram-me, disseram-me que o meu trabalho tinha de ser visto como uma arte, sem pensar no lado negativo. Depois, as coisas correram bem. Sou muito exigente e estava com medo de falhar algum passo da coreografia.
Foi a primeira vez que ficou com tão pouca roupa diante das câmaras? Não, já tinha feito nu integral no filme ‘Duas Mulheres’. Mas em cinema trabalha-se de maneira diferente e com uma equipa técnica mais reduzida. E fiz outros trabalhos em que tinha de estar exposta. A partir do momento em que leio um guião e entendo que faz sentido para aquela personagem, tenho de o fazer, porque é preciso dar veracidade à personagem.
Preparou o corpo para estas cenas? Fiz algumas massagens até aos ensaios começarem. Durante as gravações, tivemos o cuidado de preparar a pele e dar-lhe brilho.
Que feedback tem tido deste trabalho na SIC? As pessoas reconhecem-me na rua e o feedback tem sido muito positivo. Até agora não recebi uma única crítica negativa. Por estranho que possa parecer, muitas crianças vêm ter comigo, não sei se pelo facto de a personagem trabalhar numa loja de doces ou se por acharem graça por dançar. As pessoas são simpáticas, dão-me os parabéns.
Já ouviu algum elogio mais atrevido? Não, tudo tem sido positivo.
O tema não é novo. E já não é tabu, há ginásios que dão formação em dança no varão.
Até onde quer chegar em termos de carreira? Quero que o meu trabalho seja reconhecido. E se conseguir viver do meu trabalho, já me dou por feliz e realizada.
A Cátia é de Cinfães. Acha importante haver personagens com sotaque? Acho, e também me ajuda, porque me poupa o trabalho de tentar apagar a pronúncia do Norte com a qual até posso brincar. No enredo faz todo o sentido e enriquece a personagem.
Já pensou fazer carreira além-fronteiras? Se eventualmente surgir essa possibilidade, vou querer aproveitá-la. Mas, para já, quero fazer as coisas por etapas. Passei uma temporada em Londres, inscrevi-me numa agência e fiz uma participação num filme de Tim Burton, mas era uma no meio de muitos figurantes. Foi mais para ver como é que aquilo funcionava.
Foi capa da ‘Maxmen’. Porque aceitou o desafio? Foi uma sessão fotográfica como muitas outras que fiz. Aceitei fazer porque achei que tinha perfil para fazer um bom trabalho.
Nunca fez teatro? Estou à espera que a oportunidade surja, porque acho importante para um actor passar pelos palcos.
'ÚLTIMO A SAIR'
"PROJECTO FELIZ"
"Ter participado no ‘Último a Sair’, da RTP 1, foi um dos projectos mais felizes da minha vida. Gravámos um mês e tal, 12 a 14 horas por dia, e não queria que chegasse o fim-de-semana, porque me estava a divertir muito. Fiquei com excelentes recordações desse projeto", conta Débora Monteiro, que também fez a oitava edição dos ‘Morangos de Verão’.
PERFIL
Débora Monteiro, de 29 anos, iniciou-se como modelo aos 14 anos. Estreou-se na TV em 2005, na novela ‘Tempo de Viver’ (TVI). Participou na série ‘Ele é Ela’ (TVI), entre outras. Foi capa da revista ‘Maxmen’. Contracenou com Beatriz Batarda no filme ‘Duas Mulheres’. Em 2011, participou no ‘Último a Sair’, da RTP 1, e está na novela ‘Dancin’ Days’, da SIC.
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