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24 de dezembro de 2012

Entrevista à Ana Marques: "Não me vejo como bombeira na SIC"

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A dar cartas no talk showQuerida Júlia’, na SIC, como comentadora na rubrica Jornal Rosa e coapresentadora, Ana Marques fala à Notícias TV das lutas, dos obstáculos e das vitórias que marcam a sua carreira de 20 anos dedicados a Carnaxide.

É comentadora da rubrica Jornal Rosa, do programa ‘Querida Júlia’, SIC, em que dá a conhecer as novidades dos famosos. Como está a viver este desafio profissional?

Está a ser muito divertido. O Jornal Rosa é um espaço de informação sobre notícias do mundo cor-de-rosa, mas eu e o Cláudio Ramos procuramos inovar. Tentamos fazer esta rubrica sabendo rir de nós próprios, acrescentando notas positivas às notícias e desvalorizando a carga de intriga que estava subjacente ao mundo da imprensa cor-de-rosa.

Numa entrevista afirmou: "Este é mais um espaço de humor do que de crítica social." Usa o humor em Jornal Rosa para fugir a eventuais críticas que as figuras públicas nacionais e protagonistas destas notícias lhe possam dirigir?

Não. A minha ideia não é fugir de nada. Usamos o humor porque a nossa química é, naturalmente, essa.

À frente das câmaras da SIC divulgam notícias sobre divórcios, traições, casamentos, problemas entre famílias. Esta rubrica já lhe trouxe dissabores?

Não, nada. Talvez isso não me aconteça porque é o Cláudio Ramos quem está à cabeça do Jornal Rosa, eu sou a voz da consciência, da razão, enquanto ele assume o lado mais disparatado. Os protagonistas do mundo do cor-de-rosa divertem-se quando falamos neles em antena. Não se sentem atingidos.

Tem recolhido um feedback positivo?

Ah, espere! Houve uma vez em que a atriz Luciana Abreu criticou o Cláudio Ramos dizendo que para fazer o que ele faz preferia ir lavar pratos. E o que é que nós decidimos fazer? Conduzimos o Jornal Rosa ao lado de um alguidar e estivemos, durante a emissão, a lavar pratos. Nós divertimo-nos a fazer isto e queremos divertir o público. O país precisa de humor e de brincadeira.

Portanto, o seu único dissabor no que toca a este projeto foi ver-se obrigada a trabalhar com Cláudio Ramos...

Eu e o Cláudio começámos a trabalhar juntos na rubrica Capa de Revista, no programa da SIC Companhia das Manhãs e na altura, sim, eu tinha a ideia de que ele era um intriguista e que falava da vida dos outros com uma moral com a qual eu não me identificava. Ele achava que eu era uma pessoa snob e que não estava desperta para estas matérias do cor-de-rosa. Mas desde aí, e contra todas as nossas expetativas, entendemo-nos muito bem e ganhámos uma grande química.

As notícias do mundo cor-de-rosa devem ter um lugar crescente em televisão?

O cor-de-rosa é algo agradavelmente alienante e estamos a viver uma fase em que as pessoas estão infelizes e precisam de alienações. As notícias cor-de-rosa ajudam o público a respirar.

Jornal Rosa deveria ser adaptada como programa independente?

Pode ser criado como programa independente, mas também acho que o Querida Júlia precisa destes momentos para respirar porque os programas do day time são esta esquizofrenia, em que num momento estamos a falar de histórias reais e a seguir estamos a apresentar uma atuação musical. Vive de picos de tristeza e de picos de alegria.

Noticiar a vida e a carreira de figuras públicas é visto como um parâmetro pobre do jornalismo. Em 2010, assumiu funções como editora e apresentadora do programa Caras Notícias, exibido na SIC Notícias. O que a fascina neste tipo de projeto?

O que me fascina é poder trabalhar em várias áreas. Fascina-me ter provado nestes 20 anos de carreira que consigo "ir a todas". Habitualmente chamam a essas pessoas bombeiras, mas eu não vejo isso assim.

Nunca se sentiu nem se vê como "bombeira" na SIC?

Não, não me vejo como bombeira. Aliás, esse termo é muito desagradável e, se calhar, quem o diz não era capaz de jogar com todas as peças do mosaico. Provei, nem que seja a mim própria, que fui a todas. Mas, sim, confesso que nos dias em que apresento Querida Júlia e Boa Tarde estou sempre a rezar para que a Clara de Sousa não adoeça e eu não tenha de ir apresentar o Jornal da Noite. Atenção, estou a brincar [gargalhadas].

"Sinto que a Júlia Pinheiro confia no meu trabalho"

Apresenta os programas da SIC Querida Júlia e Boa Tarde quando é necessário substituir Júlia Pinheiro e Conceição Lino. É a primeira vez que trabalha no day time. Treme na hora de enfrentar as câmaras?

Nada me faz tremer. Há muitas pessoas que me perguntam: "Vais nervosa?" Eu nunca vou nervosa. Estar em frente a uma câmara de televisão não me deixa nervosa, deixa-me tranquila. Deixa-me mais nervosa fazer um programa gravado do que um direto. O ritmo do programa da manhã é diferente do ritmo da tarde e há que ter essa elasticidade.

Que preparação faz para criar essa "bagagem"? Pede conselhos a Júlia Pinheiro e a Conceição Lino?

A Conceição e a Júlia são minhas amigas há muitos anos, somos muito diferentes, mas temos pontos em comum no nosso registo. Se lhes peço conselho é porque tenho um conteúdo mais delicado. E eu não me esqueço de que as titulares dos programas são a Júlia e a Conceição Lino. Quando vou para a antena não quero perverter a linha que o programa já tem e que elas lhe dão.

Sente maior pressão em não falhar por ter às costas programas que não são seus?

Não. Sinto que elas confiam em absoluto em mim, isso nem se discute. Pisar o chão delas é pisar também um bocadinho o meu chão. No dia em que a Júlia Pinheiro entrou para a SIC e achou que eu deveria ser a pessoa que a substituiria é porque confia no meu trabalho.

O que acha que Júlia Pinheiro vê em si enquanto apresentadora de televisão?

É melhor perguntar isso a ela [risos]! Julgo que vê uma pessoa com uma capacidade de chegar a todo o lado, com uma elasticidade de apresentação, pensamento e reação próxima da dela e que lhe dá alguma confiança. Sinto que a Júlia Pinheiro confia no meu trabalho, na minha capacidade.

E como lida com as críticas? Fazem críticas uma à outra?

Não há isso, não fazemos críticas uma à outra. Falamos mais da eficácia do programa. Nenhum programa são só as apresentadoras. E tanto o Querida Júlia como o Boa Tarde têm equipas muito sólidas, que preparam muito bem os programas e isso também nos dá muito conforto. Eu e a Júlia Pinheiro não nos encontramos em estúdio a não ser para programas especiais, mas às vezes conversamos sobre as audiências e o caminho do programa. Sei que vestimos a mesma camisola.

O programa de entretenimento Você na TV, TVI, tem liderado as audiências. Querida Júlia tem ficado atrás. Esperava que o formato conquistasse mais?

Nós queremos sempre mais e, se calhar, esperávamos todos mais audiências desde o início do programa. Mas a audiência é algo muito difícil de estudar para os estudiosos da matéria quanto mais para nós que, percebendo um pouco disto, não somos cientistas de audiências. O day time é uma área muito competitiva da televisão.

Sonhava, um dia, conseguir chegar até aqui e trabalhar no daytime?

Não vivo a minha carreira com objetivos. Não tenho nada essa perspetiva. As coisas foram acontecendo por acaso e eu fui agarrando as oportunidades. Acho que tudo isto pelo qual já passei dá-me uma experiência e um músculo muito interessante.

Antes de coapresentar Querida Júlia e Boa Tarde, apresentou o talk show Essência, na SIC Mulher. Gostava de voltar a esse registo?

Sim, gostava. Tenho saudades de voltar ao registo dos programas em que as conversas se fazem ao ritmo do sofá.

Para ler o resto da entrevista, clique em Ler Mais!

Já deu provas de ser capaz de tocar muitos "instrumentos". O que mais gosta de fazer em televisão?

Não consigo dizer. O que mais gosto de fazer em televisão é poder fazer muitas coisas diferentes. Mas não escondo que a entrevista de um para um está no meu ADN televisivo.

Gostava de ter um programa de entrevistas?

Sim, claro que gostava. Veja-se, por exemplo, o que Manuel Luís Goucha faz na antena da TVI24. Ele que é um homem do day time e foi matar saudades deste tipo de entrevistas no programa De Homem para Homem.

Era um bom presente de Natal que a SIC lhe poderia oferecer?

Sim, mas estamos a poucos dias do Natal e não sei se vão conseguir embrulhá-lo [risos]. Mas, sim, gostava.

Como vai celebrar a quadra natalícia?

Este ano vai ser um Natal mais pobre para os adultos. Não há prendas, há surpresas simbólicas. Para as crianças, não haverá um saco cheio de prendas... Mas acho que as crianças mais pequenas não devem ser confrontadas com a ideia de crise, não lhes deve ser retirada a magia do Natal.

Como vê a crise económico-social do país?

Vivi intensamente a crise dos anos 80 e lembro-me das dificuldades, de só haver um ordenado em casa. O que acho que é que nós, portugueses, não podemos estar à espera de que o ministro das Finanças Vítor Gaspar venha anunciar o fim da crise. Quando a crise passar, não podemos cair nos erros do passado.

E esses erros foram...

Refiro-me à voracidade dos bens materiais, ao facilitismo de dinheiro emprestado. Temos de ser mais críticos perante aquilo que o sistema nos põe à disposição.

"Espero que em 2013 haja trabalho para quem tem talento"

Estreia-se na antena da SIC como apresentadora da Meteorologia. Atreveu-se e concorreu a um casting...

Sim, concorreram quase 600 pessoas. Acabei por ficar eu e o José Figueiras. Fiz aquilo na desportiva sem achar que poderia superar tanta gente e entrar para a televisão. Foi uma altura muito gira porque também fiz reportagens para a informação.

Na década de 90 recebe pela mão de Emídio Rangel, ex-diretor da SIC, o seu primeiro grande desafio em televisão...

Sim, ele desafiou-me a apresentar o Buereré. A ideia era ter uma apresentadora que apresentasse os desenhos animados de uma forma simpática. Arrancámos quase sem orçamento, de uma forma muito experimental.

Apresentou Bravo Bravíssimo (1996). Foi o programa que mais a marcou?

A mim marcaram-me todos, também gostei de fazer os desfiles de Alta Costura de Paris. Mas o Bravo, marcou os portugueses, passava na época de Natal e todos gostavam de ver. Nessa altura, fiz muitas coproduções no estrangeiro. Foi uma fase importante para a SIC e eu era a rapariga de bilhete de avião na mão.

Quais são os seus maiores desejos profissionais para 2013?

Vivemos uma época de grande incógnita no que respeita ao que vai acontecer à televisão. O que acontecer à RTP irá ter um efeito dominó em relação às outras estações de televisão.

Está apreensiva quanto ao futuro?

Estamos todos apreensivos, os empregos não têm duração ilimitada. Luto a cada momento pelo meu trabalho, mas não vivo com o coração nas mãos porque senão vai-se embora o brilho daquilo que fazemos, que é espetáculo e entretenimento. Espero que haja trabalho para todas as pessoas que têm talento. E desejo poder chegar ao fim do próximo ano e sentir que o meu trabalho trouxe alegria alguém que estava menos bem.

NTV

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