Leia toda a entrevista da revista Notícias TV em seguida, à atriz e apresentadora Diana Chaves!
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Diz que não tem segredos, garante que não sabe mentir apesar de ser atriz, confessa que adora comer e que é "um bocadinho comodista" e agarrada às raízes. A dar cartas na novela 'Sol de Inverno' e na série 'Sal', da SIC, eis o retrato de uma mulher "feliz".
Começo com um trocadilho. Quem é que tem as chaves para os segredos de Diana?
[risos] Não são assim tantas chaves, que eu não tenho assim tantos segredos. Efetivamente, não tenho segredos, embora só as pessoas realmente próximas me conheçam bem. Sou muito sociável, simpática... [risos] Parece presunção mas não é, sou de sorriso fácil, dou-me bem com as pessoas, mas nunca é uma coisa muito profunda, não me dou muito a conhecer. Embora seja faladora e comunicativa, sou uma pessoa reservada.
E para quem a conhece bem, é um livro aberto?
Sim, sim. Aliás, disfarço muito mal seja o que for, mentir é uma coisa muito difícil para mim, embora seja atriz [risos]. Por isso optei por não mentir, porque é ridículo...
Conte-me um ou dois segredos, coisas que poucas pessoas saibam sobre si...
Adoro comer [risos]. Como imenso, toda a gente acha que como pouquíssimo. E tenho um lado meio maria-rapaz, apesar de normalmente ser mais feminina. Já era muito maria-rapaz quando era miúda.
É a sua melhor confidente ou prefere partilhar as dúvidas e os dilemas?
Prefiro partilhar, sem dúvida. Não é contar a meio mundo, mas é inteligente ouvir opiniões, trocar ideias. Muitas vezes quem está de fora vê melhor algumas situações. Partilho as coisas boas, as coisas más, por razões diferentes, mas não sou nada impulsiva, prefiro aconselhar-me, tentar perceber se não estou a deturpar alguma coisa. Não é com muitas pessoas, mas sim, partilho.
Passa a imagem de uma mulher feliz, de bem com a vida. É mesmo assim?
É [risos]. Também não consigo disfarçar. Mesmo publicamente, se estiver chateada percebe-se logo.
Nunca se zanga?
Claro que me zango! [risos]
O que é que a tira do sério?
Tira-me do sério as faltas de respeito, mesmo que não seja comigo. Falta de profissionalismo, também. As pessoas não têm de ser as melhores ou as mais talentosas, mas têm de ser profissionais. Sou mais permissiva comigo do que com os outros.
É muito exigente consigo mesma?
Um bocadinho, nesse aspeto. Ao mesmo tempo que sou muito descontraída, censuro--me bastante se estou atrasada, por exemplo. Se tiver que esperar, espero, mas se for ao contrário... Sou crítica de mim própria, claro, mas dou-me algum desconto. Se estava cansada, se aquela era uma cena difícil, por exemplo...
E que defeitos tem a Diana Chaves?
Imensos...
Por exemplo...
Acho que sou um bocadinho preguiçosa. E até fui atleta de alta competição. Sei que sou e luto muito contra isso. É mais no ato de começar, depois sou trabalhadora, luto e dou o melhor que posso. Mas às vezes sou um bocadinho comodista. Não sou nada teimosa, toda a gente diz que sou, mas eu acho que não. Acho é que sou demasiado emocional. Há alturas em que isso é muito bom, mas no meu percurso de vida, quer profissional quer pessoal, acho que é um defeito. Sofre-se muito mais. Sofro por mim e pelos outros.
Há quatro anos, quando a entrevistei também para a NTV, disse-me meio a brincar meio a sério que sonhava brilhar um dia em Hollywood. Hoje está mais perto ou mais longe desse sonho?
Devo ter dito isso no sentido em que acredito que tudo é possível. Isso está mais do que provado, temos os exemplos da Daniela [Ruah], do Diogo [Morgado]... Fácil não é, atenção, às vezes as pessoas pensam que é só sorte, mas não é só isso, é trabalho.
Já se conformou ou continua a acreditar?
Estou muito mais próxima, já estou em horário nobre em Itália [n.d.r.: com a novela Laços de Sangue, que passou por cá na SIC] [risos].
O que é que lhe falta para seguir os passos dos dois colegas que citou, a Daniela Ruah, que brilha na série NCSI - Los Angeles, e o Diogo Morgado, que até foi apelidado de "Hot Jesus" pela apresentadora mundialmente conhecida Oprah Winfrey. Sorte?
Não, eu tenho muita sorte. São percursos diferentes. Eles têm um currículo muito mais vasto, fazem imensas audições lá fora, empenharam-se nisso. Eu nunca fiz nada nesse sentido. Nunca foi aquele sonho, acredito que tudo é possível, mas nunca me deitei a pensar fazer um filme em Hollywood.
Imagine que a desafiavam para se mudar para os Estados Unidos durante seis meses, para fazer teatro na Broadway ou para entrar num filme com Brad Pitt ou George Clooney. Deixava tudo para trás e ia?
Claro que sim! O que são seis meses numa vida? Tudo se concilia.
Mas não é muito aventureira, ou é?
Não sou, de facto.
É muito agarrada às raízes?
Sou, tenho essa característica. Vivo bem com isso, sou feliz dessa forma, daí não precisar constantemente de mais para estar bem. Sou feliz com o que tenho. Coisas radicais que alterem a minha base...
Por falar em coisas radicais, em tempos participou num reality show - Primeira Companhia, na TVI - e mais recentemente no concurso de saltos para a água Splash, na SIC...
Não sou medrosa, aceito os desafios, mas quando são coisas como ir viver não sei para onde, longe da família, já não acho muita graça... [risos]
Ainda não conquistou Hollywood mas já deixou Itália a suspirar por si. Em maio foi a Roma, com os seus colegas Diogo Morgado e Joana Santos, promover a novela Laços de Sangue, que passou na SIC há três anos, ganhou um Emmy e está a ser transmitida em horário nobre no canal RAI1, da televisão pública italiana. Como foi essa experiência?
Foi diferente, íamos ansiosos e fomos super- bem recebidos. Foi muito divertido, fomos a dois programas, da manhã e de tarde, foi algo estranho porque eles não falam inglês, é tudo dobrado e tivemos de ter um tradutor simultâneo, o que num programa em direto é estranho, cria muitas pausas. E às tantas nem se ouve o apresentador nem o tradutor. Como eu percebo italiano, optei por tirar o auricular para ouvir as perguntas e respondi em português.
Os italianos têm fama de galanteadores. Ouviu muitos piropos nessa viagem?
Foram muito educados, não houve nada assim do género.
Aproveitaram a viagem para dar uma volta pela capital italiana?
Deu para conhecer um pouco de Roma, visitámos o Coliseu, a Fontana di Trevi...
As audiências da novela em Itália estão a ser boas?
Só sei que a estreia correu bem, acho que tiveram dois milhões e tal de espectadores e ficaram contentes com o resultado. Se calhar, qualquer dia vamos a Roma e chamam-nos Inês e Diana [os nomes das personagens de Diana Chaves e Joana Santos em Laços de Sangue], sei lá [risos].
Não lhe fez confusão ouvir a sua voz dobrada em italiano na novela?
Não, porque fazem um trabalho muito bem feito, não é à toa, é com muito cuidado, são atores e atrizes muito conceituados que fazem as dobragens.
Acha que foi bem dobrada?
Sim, acho que fui bem dobrada [risos]. Já estava à espera de ter uma vozinha mais doce do que tenho e foi isso que aconteceu, mas estava bem, não me chocou.
Laços de Sangue foi um fenómeno de audiências e o seu sucesso ultrapassou fronteiras, tendo sido exportada não só para Itália como para outros países. O que é que a novela tem de tão especial?
A novela foi especial, todos sentimos isso assim que começámos a gravá-la, quando lemos o guião. A história era muito boa e forte, a forma como estava escrita também, e tinha aquele gancho no final de cada episódio que prendia as pessoas. Claro que, depois, foi muito esticada, inicialmente tinha 120 episódios e foi para os 322. Ali pelo meio perdeu-se um bocadinho, se tivesse ficado pelos 120 e tal teria sido melhor.
Na rua como acha que a veem? Como a Inês de Laços de Sangue, a Lúcia de Sol de Inverno, a Susana de Morangos com Açúcar?
[risos] Noto que as pessoas me separam das personagens, embora haja muita gente que me fala ainda do Salve-se Quem Puder que apresentei na SIC. Fico feliz, como é que passado tanto tempo ainda me associam ao programa. Também me falam da Inês, claro, e as pessoas gostam muito da personagem que estou a interpretar em Sol de Inverno.
Tem saudades de apresentar um formato?
Muitas. Senti-me muito bem a fazer o Salve-se Quem Puder, foi superdivertido, trabalhar com o Marco [Horácio] foi perfeito e adorava repetir a experiência.
Quase todas as personagens que fez estão no registo das boazinhas. Não tem vontade de fazer de vilã?
Tenho, claro que sim. Mas acho que tenho cara de boazinha [risos].
Já pediu a alguém da SIC para lhe dar um papel com um registo diferente?
Já pedi, eles sabem que qualquer ator que está habituado a fazer sempre um registo gosta de fazer outro. Mas ainda agora fiz um registo diferente, na série Sal...
Esteve há pouco tempo em Cabo Verde a gravar essa nova série de humor da SIC. Acha que é uma mulher com piada?
Acho que não... Há pessoas que são genuinamente engraçadas, têm piada, a forma de estar, de falar... eu acho que não sou assim. E não há coisa pior do que tentar ser engraçado sem ter graça [risos].
Nem costuma contar anedotas?
Não, sou péssima! Não tenho jeito nenhum. Mas na série Sal a ideia não é eu tentar ter graça, é representar. O texto está escrito, tem graça e eu só tenho de fazer o resto. Adorei a experiência, foi completamente diferente e muito divertida. É uma série diferente, está feita de uma forma mais ou menos transversal para que todos a possam ver mas é um risco. O nosso país é conservador... mas que é uma série bem feita, não tenho dúvidas nenhumas.
Já passou pela TVI, mas é cada vez mais uma cara SIC. Sente-se bem em Carnaxide?
Sinto-me lindamente, sinto-me em casa. Sou muito grata à TVI, passei lá muitos bons momentos e sempre me trataram lindamente. Fui muito feliz lá, na altura foi um risco sair mas pensei: "Se não arriscar nesta idade. quando é que vou arriscar?"
Não se arrepende, portanto.
Acho que fiz bem, passei a ter um contrato de exclusividade, foi um passo importante na minha carreira, deram-me muitas regalias e muito valor mas também uma responsabilidade acrescida.
O que seria preciso para voltar a mudar de camisola?
[risos] Os laços de amizade são muito fortes e sou uma pessoa muito leal... mas também tenho bom senso e acho que, quando a mudança é para muito melhor e é para evoluir, faz todo o sentido e não se pode cortar as pernas a ninguém, por mais que se goste das pessoas.
Costuma espreitar a concorrência? Além da TVI, agora é a RTP a apostar forte na ficção...
Espreito tudo. É bom estarmos a par do que se passa e acho ótimo essa aposta, é positivo para toda a gente, para tentarmos melhorar. A ficção da RTP é feita também pela SP Televisão [que faz também novelas para a SIC, como Sol de Inverno], tem muita qualidade.
Liga muito às audiências?
A questão das audiências são números, não tem que ver com a qualidade mas com outros fatores. Não são a minha prioridade, nem sei os números, nunca.
Os canais do cabo têm cada vez mais espectadores. Há algum programa lá fora que ache que é a sua cara e que gostasse de, um dia, apresentar?
Tudo o que é reality show adoro e gostava de apresentar! São formatos muito humanos, têm que ver com pessoas e acho que teria jeito, porque gosto de lidar com pessoas.
Vê-se a apresentar um Big Brother, por exemplo?
Claro que ainda não, precisava de ganhar alguma estaleca. Mas daqui a uns anos... [risos].
Numa altura em que as estações privadas estão a acabar com os contratos de exclusividade, mantém esse vínculo à SIC. Sente-se uma privilegiada ou é uma responsabilidade acrescida?
É um privilégio mas ao mesmo tempo uma responsabilidade. Não sou inconsciente e dou valor ao que tenho. Todos os dias tento lutar para ser melhor e tenho amor à camisola. Acima de tudo, tenho orgulho por fazer parte desta casa.
Muitos colegas seus lutam com dificuldades, com falta de trabalho. A precariedade da profissão que escolheu tira-lhe o sono?
Vou vivendo o dia-a-dia, mas tenho consciência de que as coisas podem acontecer de outra forma. Se assim for, não tenho vergonha de nada, se tiver de fazer outra coisa com certeza que o farei para dar a volta à situação. Tenho saúde e hei de conseguir fazer outras coisas, se for preciso. Às vezes, as pessoas vivem muito agarradas ao que conseguiram e na expectativa de continuar, eu não sou assim.
"Tive um suporte familiar fantástico"
Quando era pequena, o que sonhava ser quando fosse grande?
Taxista [risos]. Adorava conduzir, aprendi muito cedo com o meu pai, devia ter uns 14 anos e mal chegava aos pedais. Fascinava--me a ideia de poder conduzir e levar as pessoas, conversar com elas...
Tem duas irmãs, é a irmã do meio. Normalmente diz-se que é quem sofre mais. Foi o seu caso?
Nunca senti nada disso. Fui tão feliz! Perdi a minha mãe muito cedo, mas não gosto nada de dramatizar. Tive um suporte familiar fantástico e nunca me faltou nada em termos de afetos.
Era bem-comportada na escola?
Ia sempre para a rua, porque falava muito [risos]. Era bem-comportada, não faltava ao respeito a ninguém, mas falava muito.
E era boa aluna?
Sim. Mas isso tem que ver com a natação, onde tinha de ser metódica. Fui obrigada desde muito cedo a organizar-me, não tinha tempo para nada. Nunca fiz trabalhos de casa, chegava dos treinos às nove da noite, jantava e ia para a cama. Por isso, sabia que estar nas aulas era a única oportunidade de absorver as matérias.
Se não fosse atriz, hoje seria...
Acho que seria tradutora, trabalharia num hotel. Poderia estar ligada ao desporto de alguma forma, mas estudei Turismo e sempre me fascinou. Adoro línguas.
Para quem não queria fazer um casting para a série juvenil da TVI Morangos com Açúcar, em 2006, porque era muito tímida, não se saiu nada mal. Perde essa timidez quando está em frente às câmaras?
Não, disfarço. Hoje já é uma coisa quase automática e nem sequer penso muito nisso. Quase todos os atores são tímidos e têm esse mecanismo. Já não sou muito tímida, sou reservada, quando é uma coisa de muita exposição fico mais retraída, mas se estiver à frente de uma câmara é mais fácil, parece que é trabalho.
Ser tímida ou reservada é um defeito ou uma qualidade?
Depende da situação. Gosto de ser assim, mas há momentos em que gostava de ter mais confiança.
É uma mulher de sonhos ou com os pés bem assentes na terra?
Sou mais com os pés assentes na terra, mas acredito que tudo é possível, basta querer. Vejo sempre o copo meio cheio.
E é uma mulher de fé. Em que é que acredita?
Tenho fé. Sou católica não praticante, mas é um assunto de que não tenho problemas em falar. Quando a minha mãe morreu [n.d.r.: Diana tinha 11 anos], pensei: "Como é possível dizerem-me que existe Deus se me fartei de pedir, dias e meses seguidos? Esta" Já não penso assim, mas durante muitos anos fiquei chateada, durante anos vamos ouvindo coisas sobre Deus e depois não está lá quando precisamos.
Reconciliou-se mais tarde com Ele?
Sim. Embora não reze, nunca mais rezei, tenho fé em alguma coisa. Acho que é muito importante ter fé em algo, daí o meu positivismo. Acredito que temos sorte, acredito em energias, acredito que as coisas acontecem por alguma razão.
Se Deus existisse e lhe pudesse pedir um desejo, qual seria?
Peço sempre o mesmo desejo, quando há aquelas situações de atirar a moeda. Não consigo pedir nada para mim e para os meus senão saúde. Tenho pânico de doenças.
"Quando a Pilar nasceu, Tinha fotógrafos quase todos os dias à porta de casa"
Tem apostado nas redes sociais e a sua página oficial no Facebook conta já com mais de 300 mil seguidores. Não lhe faz confusão saber que há tanta gente a espreitar os seus passos na internet?
Hoje não há ninguém que não se mova nas redes sociais. Há, sempre houve e sempre haverá interesse do público em relação às pessoas de que gosta e vê na televisão e as redes sociais são uma forma fácil e rápida de chegar até nós. Percebo isso perfeitamente, porque quando gosto de alguém também gosto de saber do seu dia-a-dia. Mas, claro, é um bocadinho estranho saber que tantas pessoas nos seguem.
Já teve dissabores na internet?
Há sempre pessoas que gostam de ofender, mas cada um é livre de dizer o que quiser. As redes sociais também podem ser uma faca de dois gumes, porque tudo o que disser e faça pode levar a comportamentos.
Que limites estabelece ao que partilha?
Nunca tive a pretensão de ter toda a gente a gostar de mim, nem vivo a pensar nisso. Ninguém gosta de toda a gente, eu não gosto de toda a gente. Eu faço aquilo que me apetece, criticável ou não, partilho o que me apetece naquela hora, não sigo um livro que me diz que posso partilhar isto ou aquilo. Por exemplo, às vezes opto por partilhar fotos da minha filha, porque é o meu maior orgulho e se as pessoas gostam de mim eu gosto de partilhar o meu maior orgulho com elas.
A partir de certa altura deixou de esconder a cara da Pilar. Porquê?
É muito simples. Sou mãe, uma pessoa com bom senso e quero o melhor para a minha filha. Quando a Pilar nasceu, tinha fotógrafos quase todos os dias à porta de casa, que nos seguiam na ânsia de conseguir uma fotografia dela. Percebo o trabalho dos paparazzi, mas não é uma coisa confortável. Um dia pensei, com o César [Peixoto]: "já sabemos como é que as coisas funcionam, quanto mais se mantém em segredo - neste caso a cara da Pilar -, mais curiosidade vai suscitar." Então, decidimos que num dia que fizesse sentido íamos apresentá-la. E assim foi, num evento público promovido pela Chicco. Desde esse dia nunca mais tive pessoas à porta de casa.
Há quem defenda que quando se abre a porta da intimidade já não se pode fechá-la. Concorda?
Que intimidade? Sou uma figura pública, o meu marido também, é difícil fugir a isso, mas dá mais trabalho tentar contornar isso do que enfrentar a situação. Já fui perseguida por paparazzi, mas não é o fim do mundo. Se fosse aqui ao lado, em Espanha, seria pior. Já me tiraram fotografias dentro de casa e processei quem o fez, há um limite.
Por falar em processos, como é que encarou a recente condenação de que foi alvo em tribunal, por alegado vandalismo?
É sempre chato, sobretudo quando são situações injustas. É sempre difícil lidar com estas coisas, não tanto por mim mas para as pessoas que gostam de mim. Fui condenada, recorri, a pessoa que me acusou tem um processo-crime contra ela interposto pelo César e tem ainda mais sete processos-crime no Tribunal de Guimarães...
Esperava ser condenada?
Achei que era tão ridículo o processo que nem levei testemunhas. E até levei um contrato de trabalho que prova que eu estava noutro sítio. Achei que seria suficiente, mas no fundo sabia que era possível isto acontecer mesmo sabendo que não o fiz. Há outros casos em que tratando-se de figuras públicas... Pelos vistos, basta duas testemunhas virem dizer que viram para um processo ir para a frente. Curiosamente, podia não ter seguido se eu tivesse pago 500 euros ao tal senhor, mas recusei-me a pagar porque não ia assumir uma coisa que não fiz.
Acha que a sua imagem saiu beliscada?
Acho que não.
Mudando de assunto, trabalha num meio onde a concorrência é feroz. É difícil fazer amizades na sua profissão?
Não sinto muito isso. Claro que há pouco trabalho para muita procura, mas eu não tenho tido muitos problemas. Dou-me bem com toda a gente.
É uma das caras nacionais mais requisitadas para campanhas publicitárias e como tal tem de estar sempre em forma. Sente que há uma ditadura da imagem na sua profissão?
Há, sempre houve. Há os padrões, as miúdas que querem ser como esta ou aquela...
Sente-se pressionada para estar sempre bem?
Não. Acho que devemos ter cuidado, mas isso acontece nesta como noutra profissão qualquer.
Mas está mais exposta por aparecer na TV.
Claro que sim, mas não acho que seja o fator principal. Claro que gosto de me sentir bem, mas noutra profissão faria o mesmo.
É disciplinada? Que sacrifícios faz para se manter em forma?
Fui desportista, o exercício faz parte da minha vida e a genética também ajuda, mas acho que não podemos descurar a imagem. Sempre tive formas, a televisão faz aumenta entre cinco a oito quilos... temos de gerir as coisas, sei que tenho de ficar um bocadinho mais magra para não parecer gorda na televisão, mas como também gosto de me alimentar de forma saudável... mas quando me apetece qualquer coisa menos saudável, como.
Costuma ir ao ginásio?
Agora no verão não tenho ido, mas vou correr, faço outras coisas na rua. Poupa-se dinheiro [risos].
Está cada vez mais na moda recorrer à cirurgia estética para melhorar a imagem. É a favor ou contra?
Não tenho nada contra quando é para melhorar. Mas há pessoas que perdem a noção e fazem-no por fazer, com isso não concordo.
Uma outra faceta sua, menos conhecida, é a da solidariedade. Já deu a cara por várias campanhas, por exemplo, é madrinha da Amar 21 - Associação de Apoio à Trissomia 21. Fá-lo por consciência cívica ou por outro motivo qualquer?
Não conseguimos fazer tudo, não há tempo para tudo, mas o mais que posso tento fazer. Como figura pública, com tanta gente a seguir-me, sinto que tenho esse dever. Sei que, às vezes, um pequenino gesto pode ajudar e não me custa nada.
Está noiva de outra figura pública, o futebolista do Gil Vicente César Peixoto, de quem tem uma filha, a Pilar. Quem acha que tem mais fãs?
Não sei [risos]. Não temos essa noção. São públicos diferentes, o futebol é um bocadinho ingrato, as pessoas são mais impulsivas e numa semana adoram e na outra odeiam. Eu faço novelas, é mais transversal.
Lidam bem com o mediatismo um do outro?
Nem nos lembramos disso. Tanto eu como ele temos o nosso trabalho e uma vida normal, às vezes nem nos lembramos que somos figuras públicas. Temos a nossa família, amigos, é fácil viver sem estar sempre a pensar que nos estão sempre a ver.
Nunca lhes apetece ser anónimos e poder andar à vontade?
Claro que apetece! Muitas vezes, apetece imenso [risos]. Eu, como sou mais tímida, já não me lembro de sair à noite, porque tenho vergonha de ir dançar. Não bebo álcool e se vou a algum sítio começo logo a achar que está tudo a olhar para mim. E adoro dançar! Então, não vou. Se calhar nem estão a olhar, mas eu acho que estão [risos].
É o preço a pagar pela fama?
É. Mas tudo tem os seus prós e os seus contras. Como já disse, vejo sempre o copo meio cheio. Às vezes há situações chatas, mas no dia a seguir já não me lembro. Abordarem--me na rua e pedirem-me autógrafos? Adoro! Embora haja dias em que não me apetece ser abordada, penso sempre que são só cinco segundos em que aquela menina ou aquele menino vão ficar felizes e depois até vão todos contentes mostrar na escola.
É mesmo uma mulher feliz?
A felicidade são momentos, ninguém é sempre feliz. Sou uma pessoa feliz, sim, são muitos mais os momentos felizes do que aqueles em que não sou feliz.
Se pudesse mudar o mundo, qual seria a primeira coisa que faria?
Tenho este problema, as doenças afligem-me. Era acabar de vez com elas.
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