Feliz na pele de uma personagem leve e cómica, a jovem actriz de 22 anos continua a provar que é uma das grandes apostas da representação em Portugal. Fala do trabalho, da família e revela o segredo do sucesso da sua relação de cinco anos com Diogo Valsassina.
A sua personagem, a Lili, faz parte de um dos núcleos cómicos de Laços de Sangue. Ela é uma lufada de ar fresco na sua carreira?
Sim. As personagens que tenho feito anteriormente são todas mais pesadas e esta é a mais light, embora tenha bastante densidade e represente muito bem aquilo que os jovens vivem.
Ela e os colegas de casa por vezes nem têm comida. Já passou por alguma situação do género?
Nunca passei por nada parecido, nunca morei com ninguém nem tive de dividir nada. É complicada aquela divisão de tarefas: hoje vou eu às compras, amanhã fazes tu o jantar... confesso que não era capaz. As pessoas têm de ser ou muito amigas para discutirem e depois ficar tudo bem, ou então se a coisa azeda aquilo é perigoso.
E como é aquela relação indefinida com o Tremoço e com o Zé?
São muito amigos, ela faria tudo por eles. Mas não sei se ela gosta deles, acho que é uma curte. Acredito que ela nunca tenha chegado a vias de facto, apenas uns beijinhos.
Mas os dois andam sempre ao despique...
O Tremoço não acredito que goste da Lili porque é parecido com ela, calão e bon vivant. O Zé parece-me mais sincero. Mas como é meio aparvalhado não sabe tirar partido disso. Mas acredito que goste dela.
E na vida real já teve dois homens a disputarem o seu amor?
Sim, os meus dois irmãos. Um chama-me de um lado e o outro chama-me do outro. São os únicos. São mais novos do que eu.
Como é que eles olham para a sua carreira?
Não olham (risos)! Querem é brincar. É engraçado porque um deles, o Gonçalo, é vidrado nos Morangos com Açúcar. Se eu estivesse lá via-me, quando lá estive não via. Mas se for a um programa em directo, uma coisa rápida, eles vêem. Agora acompanhar o meu trabalho nem pensar.
E o resto da sua família?
A minha avó adora, vê tudo o que eu faço. A minha mãe e o meu pai quando podem, sim, mas não deixam de fazer nada por causa disso.
A novela Laços de Sangue tem-se destacado nas audiências...
Fico muito orgulhosa disso, em qualquer canal que eu esteja. Já que estamos a trabalhar ao menos que vejam e que seja um sucesso. Então quando o produto tem qualidade... é óptimo. Às vezes damos mais valor às coisas que conquistamos devagar do que ter um grande sucesso logo à partida.
Como acha que será o futuro da SIC na ficção já que as contratações de actores não param?
Eu não sei nada disso até porque trabalho para a SP e não para a SIC, não tenho nenhum contrato. Se vão produzir mais ficção acho que, em qualquer um dos canais, é positivo. Esta vaga de contratações é excelente. Mas há outros actores que também são bons e estão parados e que não precisam de vir de outro canal.
Como explica o facto de actores veteranos estarem na prateleira?
Com esta vaga de 'Moranguinhos' vamos a muitos eventos e no fundo é uma troca. Basta aparecermos em eventos para não cairmos no esquecimento. Se eu deixar de fazer novelas e ficar um ano parada vou ter de ir a duas ou três coisas porque quem não aparece é esquecido. O problema dos actores mais velhos é que não foram criados com esse tipo de eventos nem têm de o fazer. E isso é que é mau por parte dos canais, não pensarem neles.
Disse-me há pouco que não tem contrato. Gostava de ser exclusiva da SIC?
O contrato de exclusividade obviamente que é bom, pela segurança, ainda por cima hoje em dia esse tipo de vínculo permite fazer teatro e publicidade. Claro que é uma mais-valia. Agora, sinceramente, não é a minha prioridade.
Em Podia Acabar o Mundo interpretou uma personagem lésbica. A ficção tem um papel importante no sentido de eliminar preconceitos?
Naquela altura achei que ia ser muito mais abordada do que fui. O preconceito assusta-me porque vem de uma camada muito jovem. A televisão tem a função de educar, sim, e confesso que essa pergunta me ofende porque significa que o preconceito ainda existe. As pessoas só aprendem o que querem. Se for um palavrão novo, na semana a seguir toda a gente sabe. Se for uma coisa para educar ninguém viu.
Não tem formação de actriz. Pretende apostar nisso futuramente?
Sim. Em televisão não há nada como o trabalho, conhecer pessoas e ter humildade para aprender com elas. Mas cinema sim, vale a pena fazer um curso a sério. Madrid é um óptimo destino, é perto de casa, a língua é mais fácil e os cursos são óptimos.
Namora com o Diogo Valsassina há cinco anos. Qual é o segredo de uma relação duradoura numa idade tão jovem?
Acho que é o respeito e a amizade. Já éramos amigos antes de começarmos a namorar, isso é um ponto a favor. Até aqui as coisas têm corrido bem. Acho que não damos muita importância a nós próprios, somos independentes um do outro, não andamos sempre em casalinho. Não nos vendemos ao pacote, o segredo é mesmo esse.
Costuma ver o Diogo no Curto Circuito?
Quando estou em casa vejo. Quer dizer, de vez em quando via as Tardes da Júlia. É verdade, sou fã. Mas também vejo o filho dela, o Rui Maria Pêgo, e o Diogo e divirto-me imenso.
Vê o Diogo como seu futuro marido e pai dos seus filhos?
Não penso nada nisso. De uma coisa tenho a certeza. Se um dia deixarmos de namorar vou continuar a ser amiga dele. E isso é o mais importante. O que acontece é que somos amigos, completamo-nos e por acaso vivemos na mesma casa e dormimos juntos. Mas o futuro não sei.
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