Um futuro imediato que não é bom, mas que também não é mau. A convite da Notícias TV, Maya tirou as cartas à SIC e previu o futuro do canal para os próximos dois anos. Rápida e assertiva, a taróloga garante que a ficção é uma aposta ganha. Quanto ao resto... tudo depende das escolhas. "Entrem, entrem", diz. "Tu não. Não te esqueças de que estás de castigo!", diz a sorrir para a sua cadela. Foi assim que Maya recebeu a Notícias TV na sua vivenda, em Caxias, onde aceitou o desafio de deitar as cartas à estação para a qual trabalha desde 2002. "Não dou consultas em casa, por isso não tenho um sítio específico para o fazer. Tenho esta mesa com este pano verde já está muito velhinho. Pode ser aqui, não pode?", pergunta. "Já lancei as cartas antes de vocês chegarem", acrescenta a taróloga. "Vamos lá, então, saber o que o futuro reserva"... Olha para um post-it cor-de-rosa, em que tem esquematizada a ordem pela qual as cartas saíram e dispõe-nas em cima da mesa, senta-se e dita o futuro imediato do canal. Sem perder tempo e de rajada. "A previsão é para os dois anos que se seguem", começa. De acordo com Maya e depois de fazer contas numa calculadora, "o jogo é dominado pela carta 6, o Tarot Amoroso". "É uma carta positiva e de escolhas. Este jogo mostra que haverá uma conjuntura sólida, de escolhas permanentes, mas sobretudo uma conjuntura saudável. Não vejo excessos, nem positivos nem negativos", diz. Escolhas, refere Maya. Será, então, uma boa escolha a aposta em novos canais temáticos? O desejo de alargar horizontes está já em cima da mesa, no entanto, a taróloga assegura que o melhor para a empresa fundada por Francisco Balsemão será "não se aventurar" por esse caminho. "Não tenho motivos para achar que uma aposta em mais canais não seja boa. Mas, se o doutor Luís Marques me pedisse conselho - ou às minhas cartas, melhor dizendo - diria para consolidar tudo o que a SIC já conquistou. Ou seja, que a SIC não deveria aventurar-se em mais canais temáticos", referiu. Recorde-se que no início desta semana Luís Marques noticiou que a estação de Carnaxide está a "apresentar vários projetos aos operadores" para alargar o seu pacote de canais temáticos, mas só falará mais em pormenor "no caso de os mesmos serem aceites". "O mercado publicitário esteve em queda, mas, apesar disso, controlado até junho. Agosto terá sido um dos piores meses dos últimos 15 anos. E em setembro os números não são mais animadores", explicou o diretor-geral da SIC a um jornal diário. A taróloga lembra também que neste campo a estação de Carnaxide foi pioneira. "Temos a SIC Mulher, a SIC Radical, a SIC K. As audiências são vistas não só pelo resultado da generalista mas também pelos de todos estes canais, que são bastante abrangentes. São de uma diversidade que cobre todos ostargets. Por isso, se Luís Marques me pedisse opinião, que não pediu e penso que não vai pedir - mas vai ler certamente o que vocês vão escrever - apostaria antes nos canais que já existem", rematou. Com a carta "O Enforcado" a uma ponta da mesa e depois de as cartas ditarem que mais canais não são, talvez, um bom caminho, poder-se-ia pensar que os meses que se avizinham não trazem nada de bom para a SIC. Maya garante o contrário. "Penso até que os próximos dois anos vão ser de afirmação, principalmente na área do entretenimento. A grande marca que a estação conseguiu deixar com a Informação, que é uma das suas referências - seja na SIC Notícias seja na generalista -, é a mesma que vai deixar agora com o entretenimento. Há aqui, de facto, uma marca muito forte nesta área para os próximos dois anos", realça. Quer isto dizer que a aposta na ficção, começada em 2011 e com resultados positivos nas últimas semanas, está ganha. "A SIC já superou a TVI nesse campo. A questão já nem se coloca. O que as cartas dizem é que o sucesso da ficção vai continuar a aumentar. Aliás, já tinha dito que a SIC iria acabar 2012 a liderar. Tinha dito no início deste ano, em particular à Gabriela Sobral [diretora de Produção do canal], que a liderança se iria notar a partir de setembro. Quanto a isso parece-me não haver dúvidas", afiançou. Já quanto às emissões das manhãs de Carnaxide conduzidas por Júlia Pinheiro, Maya não faz previsões. "O que tenho aqui é uma avaliação generalista e não pontual. Não é relativa a cada programa", justificou. Ou seja, vai ser preciso esperar para ver se serão os próximos dois anos a dar à SIC a liderança das manhãs televisivas, entregues há cerca de cinco anos à TVI de Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira. Mais audiência, menos audiência, a apresentadora de ‘As Cartas da Maya- O Dilema’ garante que a nível interno a estação de Carnaxide vai primar pela serenidade. "Não haverá grandes tensões. Diria que os próximos dois anos serão marcados por uma certa tranquilidade na estrutura. Também é preciso recordar que a SIC fez alterações recentemente, portanto, parece-me que, em termos de direção e de estrutura, está tudo bastante estável", enfatiza. E a própria Maya? Continuará na SIC? "Acho que vou continuar (risos). Estou a dizer isto na brincadeira, não vejo o meu futuro nas cartas (risos). Não estou na SIC desde o início, só desde 2002, mas penso que toda a gente me associa ao canal. Embora tenha havido pontualmente outros assédios, sou uma cara SIC e assim vou continuar. Por isso, o que posso dizer é não encontro motivos, nem para mim nem para ninguém, para se pensar que estas duas décadas estão a ser comemoradas numa fase menos boa. Pelo contrário: o jogo mostra que há uma fidelidade dos portugueses à imagem da estação", frisa. Cerca de 30 minutos depois de ter convidado a Notícias TV a entrar em sua casa, Maya tinha a consulta feita. Arruma as cartas e diz: "Não se esqueçam: a previsão é só para os próximos dois anos." "E tu, já te disse, ficas cá fora, estás de castigo!", remata, a olhar para a cadela.
DN
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