O filho mais novo do império de Murdoch, James, revelou que o processo de fusão das produtoras Shine e Endemol deverá respeitar o objetivo de que ambas "terão poder e independência para fazer o que sabem melhor", sem "exagerar nas sinergias".
James Murdoch, COO da 21st Century Fox - empresa que acordou com a detentora da Endemol, a Apollo, um processo de fusão na semana passada - falou esta segunda-feira pela primeira vez, na feira de conteúdos televisivos MIPCOM, em Cannes, sobre os objetivos em torno desta criação. Um negócio que pode ter implicações em Portugal.
"Achamos que temos a oportunidade de criar algo que poderia ser o líder em termos de escala, que pode ser uma plataforma mais alargada, uma tela mais ampla, se se quiser... Consideramos que a fusão Shine/Endemol e Core Media pode vir a ser uma oportunidade muito atraente", referiu James Murdoch na conferência inaugural em Cannes, segundo informação do DN.
O responsável ressalvou, porém, que "não se pode exagerar nas sinergias. É preciso deixar que as pessoas prossigam com o seu espetáculo, que possam gerir a sua loja da maneira como quiserem. E se se pretende criar uma plataforma que reúna os melhores profissionais no mundo para o fazer... é preciso ter a certeza que não se está a exagerar na engenharia de larga escala. Mas em termos de distribuição e de atitude comercial no mundo, acreditamos que há benefícios".
Há cerca de uma semana, várias fontes conhecedoras deste mercado revelavam ao DN estar à espera do desenrolar do processo além Atlântico, apostando na possibilidade de "até ao fim do ano não haver mexidas nas produtoras multinacionais que têm filiais em Portugal". Já em 2015, afirmavam, tudo podia acontecer...
Lurdes Guerreiro, diretora-geral da Endemol Portugal, era cautelosa na análise. "Ainda não recebemos indicações sobre eventuais reestruturações, mas o processo da joint venture entre a Fox/Apollo (fundo de risco que detém a Endemol) ainda decorre", salvaguardava ao DN a produtora do reality show Casa dos Segredos 5.
Da parte da Shine Iberia, as respostas chegaram da fonte oficial da delegação espanhola da produtora, que sustentou que "esta é uma operação que decorre nos Estados Unidos e que está em estudo, não há uma posição clara sobre os resultados da operação". O mesmo porta-voz lembrava que "não é possível, para já, qualquer comentário sobre o processo, os efeitos ou a eventual futura organização quer em Portugal quer em Espanha. É preciso esperar que a fusão seja aprovada".
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