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24 de abril de 2013

As estrelas perguntam, o diretor responde-Entrevista ao Pedro Boucherie Mendes!

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Ontem terça-feira, a SIC Radical comemorou o seu 12º aniversário, outros tantos profissionais que dão ou já deram cartas na sua história entrevistam o diretor do canal mais irreverente da TV, Pedro Boucherie Mendes. Audiências, Angela Merkel, Gato Fedorento, Benfica ou "hipsters": não faltou nada.

Fernando Alvim (ex-apresentador CC): Se a Merkel quisesse fazer um programa na Radical, só a lembrar a dívida dos portugueses, deixaria? Mas era todos os dias, uma hora, a Merkel a repetir até à exaustão "ora bem, devem-nos isto e mais isto e mais isto". Uma hora todos os dias.

PBM: Sim, deixaria. E convidaria o João Moreira e o Pedro Santo (autores do Programa do Aleixo) para comentarem.

Rui Sinel de Cordes (ator e humorista): Para além do nome, o que é que o canal vai ter de radical em 2013?

PBM: A Radical não vai ter tudo o que eu gostaria, mas vêm aí várias surpresas nacionais e internacionais. Assim como tivemos O Humorista, no início do ano, prometemos mais formatos inovadores de produção nacional.

Rui Maria Pêgo (ex-apresentador CC): Quando é que admite que é o Adão dos Hipsters? O Pedro é sempre do contra antes de toda a gente.

PBM: O que posso admitir, sem problema, é que muitas vezes eu próprio não tenho paciência para mim mesmo.

Jel (Nuno Duarte, ator e humorista): Qual é o objetivo do canal para os próximos três anos?

PBM: Stick to the plan [Manter-me fiel ao plano]. Revelar aos portugueses a melhor televisão do mundo que é o que a Radical tem feito desde o primeiro segundo de emissão. Mais do que jovem, irreverente, academia de talentos, ilha de liberdade, a Radical é sobretudo um canal com grandes programas de televisão em linha com as tendências, ainda que por vezes o pioneirismo não seja entendido... Há três anos, muitos espectadores acharam estranho o No Reservations do Anthony Bourdain. Hoje, ninguém questiona que haja programas de cozinha no canal.

Rita Andrade (ex-apresentadora CC): Gostava de apresentar o Curto Circuito durante um dia? Qual seria um bom tema?

PBM: Não. Não gostaria. Mas se o fizesse seria o próprio CC o tema. O CC é um dos programas mais injustiçados pela crítica e sobretudo pelo público. Por mais defeitos que tenha, e terá certamente, é o único magazine para os jovens nos nossos 456 canais. Nenhum canal de notícias tem sequer meia hora semanal para este público.

Bruno Aleixo (personagem fictícia): O que é que preferia: ter um gémeo mau ou ter sempre o carro trancado por uma pessoa que demoraria, pelo menos, 15 minutos a chegar?

PBM: O gémeo mau, sem a menor dúvida.

César Mourão (ator e apresentador): Uma vez que é uma pessoa tão crítica, até na sua forma de olhar para a TV, no seu dia a dia tenta sempre impor a sua decisão nas questões da Radical ou, por questões de audiência, por exemplo, deixa-se "corromper" por vezes?

PBM: Um canal em Portugal tem de ter audiência, dê por onde der. Somos demasiados competitivos e inquietos para aceitar ter canais de posicionamento. E temos pouca paciência para esperar. No futebol despedem-se treinadores, em televisão muda-se tudo para procurar audiência. Na Radical há alguma concessão em busca de audiências, que ainda por cima são audiências discutíveis, uma vez que as gravações, o viajar no tempo sete dias ou simples pausa para ir buscar um copo de água não são contabilizados nos resultados das audiências. Mas aceito como fazendo parte das regras do jogo, que são iguais para todos.

Nuno Markl (ex-apresentador CC): A Radical foi e é um belo lugar de liberdade para todas as experiências e uma rampa de lançamento de muita gente. Vês como possível o canal ser palco, no futuro, de um novo "big bang" como o que originou, por exemplo, o Gato Fedorento?

PBM: Os Gato Fedorento são do nível da melhor produção cultural e intelectual do país desde que me lembro. E não apenas em televisão. Incluo poesia, cinema, artes plásticas, teatro, arquitetura, etc. Os Gato são muito mais que TV, transcendem o meio onde existem e é impossível escrever a história de Portugal dos últimos anos sem os incluir. Portanto é improvável que se reproduza algo assim, mas não é impossível...

Pedro Ribeiro(ex-apresentador CC): Como sportinguista, como vê o facto de o meu Benfica ser o provável campeão este ano?

PBM: Sem problema. O Benfica joga ótimo futebol, devidamente industriado por um grande sportinguista que é Jorge Jesus. Os meus parabéns e os parabéns à Rádio Comercial [que Ribeiro dirige] por ter atingido a liderança, devidamente comandada por um grande benfiquista.

Diana Bouça-Nova (ex-apresentadora CC): O mundo deixa de valer a pena se deixarmos de questionar tudo e mais alguma coisa?

PBM: Nunca pensei sobre isso assim. Acho que é perigoso estacionar nas certezas e igualmente perigoso ser relativista total.

Rui Porto Nunes (ex-apresentador CC): Porque não fazer renascer o Portugal Radical da SIC agora na Radical? Faria sentido?

PBM: Claro. Mas há imensos canais de notícias e desporto hoje em dia. Faz mais sentido nesses canais.

Carolina Torres(ex-apresentadora CC): Porquê eu?! É que o Pedro nunca me explicou...

PBM: Porque tens star quality, és esperta, muito intuitiva e autêntica. O público percebe isso perfeitamente.

NTV/SIC Gold

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