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7 de abril de 2013

Quando eles 'se passam' em direto na televisão

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Na segunda-feira, Dias Ferreira abandonou em direto o programa da SIC Notícias 'O Dia Seguinte', e até houve troca de insultos. Mas não é caso único. Ainda no domingo Inês Castel-Branco fez um 'pirete' a João Manzarra (SIC) e José Carlos Pereira, há três semanas, mandou calar Fernanda Serrano (TVI).

A recente polémica com Dias Ferreira, que na segunda-feira abandonou em direto o programa O Dia Seguinte, da SIC Notícias, fez recordar outros casos em que o direto se torna inimigo do apresentador ou do convidado. O comentador já tinha ameaçado abandonar a cadeira destinada ao Sporting após uma discussão com Rui Gomes da Silva, representante o Benfica. Desta vez, o comentador leonino envolveu-se numa acesa discussão com o moderador Paulo Garcia. "Ele só sabe ser mestre-escola, só que eu já não preciso de mestre", diz Dias Ferreira, que acusa o jornalista de "falta de isenção".

Paulo Garcia pediu várias vezes a Dias Ferreira - enquanto Rui Gomes da Silva usava da palavra - para olhar para ele em vez de continuar sentado de lado. Pedido que o comentador recusou por estar "sem paciência" para Rui Gomes da Silva. "Este fez-me uma provocação gratuita e barata no início do programa. Nesse momento tomei logo a decisão de sair no final, mas acabou por ser ao vivo e a cores", conta o comentador, que justifica a sua atitude com o tom de voz do representante do clube rival. "Faz-me mal aos tímpanos e, por isso, viro-lhes as costas." Dias Ferreira diz ter falado com António José Teixeira, diretor da SIC Notícias, e que ambos concordam não existir condições para o comentador continuar no O Dia Seguinte. "Tive vontade de sair depois da discussão com o outro [Rui Gomes da Silva], mas fiz das tripas coração e continuei. Agora, António José Teixeira compreendeu que não há razões para continuar", revela.

A Notícias TV quis ouvir a opinião de um psicólogo para perceber porque esta e outras situações imprevistas acontecem em direto. Para Laura Ventura, psicóloga clínica, "não há apenas um fator para que isso aconteça". "Não vou particularizar. É sempre um conjunto de coisas, a própria pessoa pode não estar bem psicologicamente e exaltar-se facilmente mesmo estando em direto. Aliás, acredito que até se esqueça de que está sem rede e, num impulso, exalta-se. E, claro, a culpa nunca é apenas de uma parte, com certeza que há um estímulo que leva a outro", explica a especialista, que garante nada ter que ver com querer dar espetáculo. "Se estão na televisão há tanto tempo, não acredito que precisem disso para dar audiências e se promover."

O imprevisto em programas em direto foge cada vez mais ao controlo de quem comanda os formatos. No domingo, em Vale Tudo, programa da SIC apresentado por João Manzarra, Inês Castel-Branco, uma das participantes, excedeu-se durante um jogo de mímica e fez um pirete em resposta a uma provocação de Manzarra. A gargalhada em estúdio foi geral, tanto do público como dos participantes. O apresentador brincou com a situação e pediu a Inês que arrumasse "as duas espadas que tinha acabado de mostrar". A atriz riu-se, envergonhada, pelo que acabara de acontecer e, mais tarde, pediu desculpa.

Há cerca de três semanas, José Carlos Pereira também perdeu as estribeiras durante o programa A Tua Cara não Me É Estranha quando mandou calar a colega Fernanda Serrano. O momento de tensão entre os dois jurados do formato ocorreu enquanto decorria a apreciação de Wanda Stuart, que imitou Björk. Fernanda Serrano interrompeu José Carlos Pereira algumas vezes durante a sua avaliação e Zeca não gostou. "Se voltas a interromper-me, chateio-me!... Vamos parar com isto", disse, exaltado. Minutos depois, Zeca pediu desculpa e explicou que a sua atitude se deveu a problemas pessoais.

Mas há mais, em 2010, Eduardo Barroso e Fernando Seara, no programa Prolongamento da TVI24, também tiveram uma troca acesa de palavras. O debate era sobre o caso Queiroz e as opiniões eram distintas entre os dois intervenientes. Indignado por Fernando Seara não lhe dar a palavra, Eduardo Barroso soltou um berro que deixou o presidente da Câmara de Sintra de boca aberta.

Mas se uns abandonam o estúdio irritados, outros gritam ou fazem gestos obscenos e os que trocam insultos. Dois meses após se ter estreado como apresentadora, Sofia Alves desentendeu-se com Teresa Guilherme [produtora de Manhãs de Sofia] e abandonou o programa da TVI a meio. Quem não se lembra de em Maio de 2009, quando Manuela Moura Guedes e Marinho Pinto aqueceram o serão da TVI? A pivô e o bastonário da Ordem dos Advogados, seu convidado, trocaram insultos e acusações. Pedro Pinto chamou "espetáculo degradante" às entrevistas da pivô. Ou também a noite em que Pedro Santana Lopes foi trocado em direto por imagens de José Mourinho no aeroporto de Lisboa, em 2007, na SIC Notícias. Ana Lourenço interrompeu o comentário de Santana Lopes para mostrar a chegada do treinador. Santana não gostou, recusou-se a continuar, levantou-se e saiu. Quem não se recorda também de Merche Romero abandonar o Portugal no Coração (RTP1, 2006), deixando Júlio Isidro sozinho na apresentação? Ou da entrada de Luís Filipe Vieira no estúdio da SIC Notícias, em 2004, também durante O Dia Seguinte, ou até de, em 1998, Mila Ferreira ter abandonado a Roda dos Milhões (SIC), ao intervalo, quando ouviu palavras pouco dóceis de Ediberto Lima (produtor) no auricular. Jorge Gabriel acabou por apresentar o formato sozinho. O historial de situações insólitas é vasto...

NTV

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