Cozinheira exímia, divertida, enérgica, com uma personalidade singular, apaixonada por livros, pelo mar e pela família, é como os amigos e colegas apelidam a atriz, que regressa aos ecrãs com 'Sol de Inverno'.
Palavrões. É com eles que Rita Blanco se "defende", antes de um espectáculo. Desaprovados pela filha, ainda adolescente, os palavrões saltam-lhe da boca, antes de entrar em cena. Diz que "alivia um bocadinho". "Metralhadora falante", com uma personalidade singular e uma ousadia (que lhe permite dizer o que todos pensam, mas que ninguém diz), é como os colegas descrevem a atriz de 'Sol de Inverno', garantindo que está num momento "precioso da sua carreira".
Nasceu em Oeiras, a 11 de setembro de 1963. Diz que era um bicho do mato. Horas enfiadas no quarto a ler, entre quatro paredes, era como a atriz, hoje com 50 anos, passava grande parte do seu tempo. E a paixão pelos livros ficou-lhe cravada no coração. "Eu só sou atriz por causa dos livros", explicou durante uma entrevista ao Alta Definição, SIC. Fernando Luís, que contracenou com a atriz em Médico de Família, revela que a amiga "devora livros". "A Rita pode ler um livro num só dia, daqueles grandes. Quando começa um livro, não para."
Não tem papas na língua e fala várias. Estudou no Liceu Francês e frequentou ainda o Instituto Italiano. "É quase bilingue, fala francês fluentemente", garantem os colegas, entre os quais Herman José, que elogia o seu "lado francófilo, muito herdado da passagem pelo Liceu Francês", também agora em destaque graças ao filme de Ruben Alves, A Gaiola Dourada, a obra cinematográfica mais vista do ano em Portugal. Com o francês "na ponta da língua", a atriz chegou mesmo a participar em Amour, a obra francesa que recebeu o Óscar de melhor filme estrangeiro.
Energia é a palavra que os amigos mais usam para descrever a atriz, que começou a sua carreira no teatro quando tinha apenas 19 anos. "É superdivertida e cheia de humor, quando está em televisão põe a equipa toda a rir", conta à Notícias TV Maria João Abreu sobre a antiga comentadora da Noite da Má-Língua (SIC), acrescentando: "Ela tem a ousadia de dizer coisas que todos pensamos, mas que ninguém se atreve a dizer, e ninguém lhe leva a mal, porque sabem que daquela boca só sai pureza." José Pedro Gomes, que dirigiu, com Miguel Guilherme, uma das primeiras peças da atriz, Perversões (1989), elogia a "graça" de Rita Blanco. "É muito observadora e tem muita graça nas coisas que diz. Eu não posso ouvir tudo o que ela diz, porque é uma autêntica metralhadora falante", conta, na brincadeira, o encenador e também ator, seguido por Fernando Luís que revela que "não se pode dar café à Rita, ela fica ainda com mais energia".
Episódios divertidos é o que não lhe falta no currículo. "Num cruzeiro, tomei tantos comprimidos contra o enjoo, que acabei a dançar no chão com a Rita", conta Herman José, que a trouxe para a televisão com Casino Royale, em 1989, "Numa cena de Médico de Família, eu estava na cozinha e ela combinou com o Fernando Luís, o Ricardo Carriço e o Henrique Mendes e, em vez de me darem só um beijo, como dizia no guião, apalparam-me também o rabo", conta ainda Maria João Abreu.
A cozinheira exímia que adora natação
Mas não é só de episódios divertidos que está preenchida a vida da Sofia Bivar de Sol de Inverno. Com uma relação de grande proximidade com a família, a atriz perdeu o pai, que pôs termo à própria vida, quando era ainda adolescente. Sem mágoas do passado, a protagonista de A Gaiola Dourada confessa que deve a sua generosidade ao pai e é inseparável da família. "Ela tem uma preocupação imensa com eles. É muito chegada à mãe e à filha. E é muito preocupada também com os filhos da pessoa com quem ela vive. Trata os filhos da mesma maneira que trata a filha dela", revela Maria João Abreu. Mãe de Alice, de 14 anos, fruto do seu relacionamento com José Nascimento, continua ainda a preocupar-se com os antigos enteados, filhos do cineasta. "É uma mãe maravilhosa", garante também o amigo Fernando Luís, que a conhece há 25 anos.
Com talento para a cozinha, Rita Blanco é conhecida, entre os amigos, por ser excelente anfitriã. "Ela cozinha mesmo muito bem. Adora receber pessoas em casa e tem muito jeito para a cozinha tradicional portuguesa", afirma Maria João Abreu. Fernando Luís acrescenta: "Faz uma ótima lasanha de vegetais, podia abrir um restaurante." O gosto pela culinária anda lado a lado com o desporto. Faz ginástica e natação, algo que considera uma das suas terapias. "Ela faz desporto, mas nunca de forma obsessiva. É por prazer e para se manter em forma", acrescenta Miguel Guilherme, com quem a atriz contracenou diretamente em Conta-me como Foi, da RTP.
Para os amigos é generosa, leal, encantadora, transparente, bem-disposta e "falsa ingénua". Mas, acima de tudo, uma autêntica "justiceira social". Para além da grande atriz que é, está sempre preocupada com toda a gente. Em televisão, está sempre com atenção às luzes, para não tapar um colega, ou para ajudar alguém que não está a dizer bem as coisas, às vezes alerta inclusive para a hora de almoço da equipa técnica, quando sabe que estão há muito tempo a trabalhar", diz Maria João Abreu.
Com uma carreira preenchida com peças de teatro, filmes, séries e novelas, a atriz prepara-se para partilhar o protagonismo no ecrã da SIC com Maria João Luís, que não lhe poupa elogios. "A Rita tem uma personalidade muito particular enquanto ser humano, é invulgar e isso é sempre muito agradável de encontrar na vida", conta a atriz de Sol de Inverno, rematando: "Está num momento precioso da carreira. Está brilhante enquanto atriz".
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