Aos 28 anos, Iva Lamarão sente-se amada pelo namorado, Miguel Domingues, mas confessa que filhos e casamento não são uma prioridade a curto prazo. A sonhar com novos desafios, a apresentadora vive em busca de um pilar profissional estável na televisão.
- A apresentação surgiu na sua vida de um dia para o outro. Era um sonho que tinha?
- Sim, era um sonho de menina, até mais do que a moda. Comecei por ser manequim, porque era a parte do sonho que achava real e possível, mas depois percebi que fazer televisão também se podia tornar realidade. Apesar de os meus pais me dizerem que era um sonho muito difícil, as coisas acabaram por surgir.
- A moda foi uma estratégia para chegar à representação?
- Confesso que nunca fiz essa ligação de forma directa. Sabia que podia acontecer, mas não foi uma estratégia. Eu, simplesmente, senti vontade de alargar os meus horizontes.
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- Fez programas como o ‘Allô, Allô' e o ‘Todos em Linha'. Eram formatos que lhe agradavam ou foram as oportunidades que teve?
- No início, achava que não tinha nada a ver com os programas, e todas as pessoas que me conhecem concordavam porque eu era muito tímida e reservada. Mas, com o tempo, aprendi a gostar e fui cultivando o meu lado mais falador, o que foi muito bom para mim, até mesmo na moda.
- Pode dizer-se que deixou Ovar em busca do seu sonho?
- Sim, foi isso que aconteceu e é o que continuo a fazer. Eu vou lá, porque tenho lá a minha família, mas volto sempre. Comecei com 15 anos a ir e a vir para trabalhar e agora mudei-me para Lisboa de vez.
- Sempre que tem uma pausa no trabalho, a viagem a Ovar é uma prioridade para si?
- Sim, porque gosto mesmo muito de ir lá. Até porque tenho lá a minha avó e sei que vai haver um dia em que, inevitavelmente, não a vou ter comigo; e, por isso, faço sempre questão de fazer essa viagem. Mas há muitos outros sítios aonde gosto de ir, porque adoro conhecer outros países e outras culturas.
- Encontra-se a terminar o mestrado em Bioquímica. Gostava de trabalhar nessa área?
- Vamos ver. Isto é um dilema para mim porque, apesar de pensar que é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo, no fundo, não acredito que isso venha a acontecer. Quando tiver um contrato de trabalho e outras responsabilidades vou ter de optar, e eu sei que gosto mesmo muito do trabalho em televisão. Por agora, quero continuar na televisão, depois logo se vê.
- Quando se estreou, o seu namorado [Miguel Domingues] estava a fazer televisão. Ele ajudou-a?
- Houve uma altura em que se dizia que entrei para a SIC porque ele estava lá mas isso nunca foi verdade. Foi apenas um feliz acaso. Eu já era amiga do Miguel antes de entrar para a SIC. Quanto a conselhos, confesso que, às vezes, peço, mas hesito porque há coisas em que pensamos de maneira muito diferente. Acabamos sempre por chocar em alguma coisa.
- Pensam de forma muito diferente?
- Sim, há sempre um ponto ou outro de discórdia. Mas a presença dele deixa-me sempre mais segura.
- O Miguel está neste momento a trabalhar para a TVI. Considera mais saudável não estarem juntos no trabalho?
- Cada um por si e sem misturar a parte pessoal com a profissional, acho que são chaves do sucesso. Já aparecemos muitas vezes juntos, mas eu também gosto de mostrar a Iva individual, porque cada um tem a sua vida.
- Sente que trabalharem juntos prejudicou de alguma maneira a vossa relação?
- Trabalhar juntos, nunca trabalhámos. Mas, mesmo tendo o mesmo núcleo de pessoas envolvido, nunca houve problemas. Já antes do namoro tínhamos amigos em comum, como, por exemplo, a Vanessa Oliveira. Aliás, foi através dela que conheci o Miguel. Fomos as duas a um ‘casting' e ela ofereceu-me boleia no carro do Miguel. Na altura, eu não pensava vir a ter alguma coisa com ele.
- É fácil ter uma relação quando se tem uma vida tão ocupada e exposta?
- É fácil, porque somos pessoas discretas e não andamos a fugir de ninguém. Sempre decidimos falar abertamente sobre a nossa relação. Somos muito genuínos. Todos os casais têm atritos, e acho que mesmo quando passamos por essas fases menos boas não escondemos nada de ninguém.
- Todos os namoros têm altos e baixos. É difícil aprender a lidar com os ‘baixos'?
- Quando há momentos mais baixos discutimos. Acho que quando há alguma coisa que não está bem é preciso discutir bem as coisas. Não gosto que me digam ‘faz isto' ou ‘faz aquilo', porque tenho a minha própria personalidade. Não sou nenhuma tonta, como às vezes pareço. Quando acho que tenho razão, mantenho a minha opinião até ao fim.
- A Iva e o Miguel são parecidos?
- Na afectividade e nos gostos, sim. Mas a nível de personalidade não temos nada a ver um com o outro. O nosso sucesso enquanto casal é ter uma rotina agradável. A única coisa da nossa rotina de que eu não gosto é mesmo o tempo que ele passa a jogar PlayStation, porque às vezes quero atenção ou ajuda e ele não deixa de jogar. Agora já aprendi a lidar com a situação, e aproveito para sair com as minhas amigas, mas antes incomodava-me muito.
- O casamento faz parte dos vossos planos?
- Faz parte dos meus planos a longo prazo porque, apesar de ter 28 anos, acho que as coisas têm de ser feitas com calma. Não me quero casar para me divorciar ao outro dia.
- O que sente que ainda lhe falta fazer até dar esse passo?
- Tenho que me realizar profissionalmente. Tenho feito algumas coisas mas nada de muito concreto, por isso tenho de encontrar um pilar profissional que até agora ainda não consegui encontrar. Sinto insegurança e tenho muita vontade de me explorar mais a mim primeiro.
- E filhos?
- Quero ter, mas também a longo prazo. Quando vejo os filhos das minhas amigas penso muito nisso, mas é apenas nessas alturas que sinto mais o meu instinto maternal.
- Participou no Super Model of the World e venceu o concurso Miss Portugal. Foram rampas de lançamento para si?
- Foram, até porque me abriram muitas portas. Depois desses dois marcos, eu comecei a ter mais trabalho.
- Sempre se sentiu bem com o seu aspecto ou já teve complexos?
- Quando era mais nova tinha muitos complexos, porque na escola era muito gozada por ser magrinha, até me chamavam ‘Olívia Palito'. Eu nunca usava nem saias, nem calções, porque achava que não me ficavam nada bem. Quando a minha mãe me obrigava a usar, escondia-me atrás dos carros para ninguém me ver as pernas. Andava sempre paranóica, porque achava mesmo que era muito magra. Depois entrei na moda, com 15 anos, e comecei a achar que não era assim tão mau.
- Qual é o seu maior medo?
- É de perder as pessoas que amo. Evito pensar nisso, mas sinto que tenho de aproveitar para estar com a minha avó e com os meus pais enquanto eles cá estão. Penso que, no fundo, saber que um dia os irei perder assusta-me, de facto, um bocado.
- Que balanço faz da sua vida?
- Já vivi muitas coisas. Já tive oportunidade de ver muitas coisas e já vivi coisas que me deixam satisfeita, mas quero viver muito mais. Sinto que ainda tenho muito para crescer a todos os níveis e quero muito que isso aconteça.
- Houve algum momento muito mau na sua via?
- Não. Mas houve momentos de alguma dúvida. Por exemplo, na altura do concurso Miss Portugal, tinha de entrar na faculdade e ainda não sabia qual era o curso que queria seguir. Depois, também terminei um namoro da minha adolescência, o que me custou muito. Mas encaro todos os momentos menos bons da minha vida como algo que também faz parte.
- Qual foi o momento da sua vida em que se sentiu mais orgulhosa de si própria?
- Vai ser quando conseguir acabar o meu mestrado. Vai ser mesmo um grande momento, até porque sempre trabalhei e estudei ao mesmo tempo, e não é nada fácil. Quando me disserem que tenho o grau de mestre vou ficar mesmo muito feliz, e os meus pais também, até porque também financiaram parte deste meu projecto.
- Tem tido muita ajuda financeira deles?
- Sim, claro que sim. Assim como eu os ajudo a eles sempre que for preciso. Mas eu fui trabalhar e sempre tentei pagar os meus estudos. No início, foram os meus pais que me pagaram tudo, mas depois a moda trouxe-me o dinheiro de que precisava. Grande parte fui eu, e teria de ser assim, até porque tenho uma irmã mais nova, de 22 anos, que também precisa de ser ajudada.
- Sente-se uma profissional bem remunerada?
- Sim, sinto-me. Dá para tudo o que quero fazer na minha vida. Não me posso mesmo queixar.
- Mas ambiciona mais para si? Por exemplo, um programa que lhe dê mais destaque?
- Para mim, o importante não é o destaque mas sim ter um projecto que mostre aquilo que sou capaz de fazer e me faça evoluir. Claro que o destaque e o reconhecimento são importantes, mas não são um objectivo.
INTIMIDADES
- Quem gostaria de convidar para um jantar a dois?
- O usual seria eu dizer o meu namorado mas, como janto com ele todos os dias, escolheria a companhia de uma amiga. As amigas são sempre boas para desabafar.
- Não consigo resistir a...
- Raramente consigo resistir a sushi. Tenho mesmo de ir comer uma vez por mês, no mínimo, porque gosto mesmo.
- Se pudesse, o que mudava em si, no corpo e no feitio?
- No feitio, deixava de ser tão ansiosa, porque gostava mesmo de poder viver as coisas de forma mais calma. Mas no corpo não mudava nada.
- Sinto-me melhor quando...
- ... Acordo com sol e começo a ouvir uma boa música.
- O que não suporta no sexo oposto?
- O machismo, porque não gosto de homens que tenham a mania de que são detentores de verdades absolutas. Não gosto de homens que pensam que são deuses na Terra.
- Qual é o seu pequeno crime diário?
- Passar muitas horas a tomar duche. Nunca contei, mas sei que é mesmo muito tempo.
- O que seria capaz de fazer por amor?
- Não sei. Não digo que faria tudo, mas era capaz de fazer uma longa viagem somente para estar com a pessoa de quem gosto.
- Complete. A minha vida é...
- Feliz. Mesmo nos momentos menos bons, sinto que tenho sorte de ter a vida que tenho.
PERFIL
Iva Lamarão nasceu há 28 anos no Porto, apesar de no BI constar Ovar. Apostou na carreira de modelo mas cedo se rendeu à apresentação, na SIC. Neste canal, apresentou programas como ‘Todos em Linha', ‘Quando o Telefone Toca' e ‘Allô, Allô'.
A terminar o mestrado em Bioquímica, a apresentadora sente-se dividida entre as duas profissões, apesar de não negar que a paixão pela televisão é forte e que apostará nesta área.
CM
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